A Baixada Santista vai ecoar vozes potentes na V Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR), que acontece neste final de semana (26 e 27), no Memorial da América Latina, em São Paulo. A região será representada por uma delegação diversa e comprometida com a luta antirracista: são 28 pessoas escolhidas nos nove municípios da Baixada, incluindo representantes negros, indígenas e uma representante cigana.
Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, a conferência reunirá 622 delegados de todo o estado de São Paulo para debater propostas que impactem diretamente a vida da população negra, quilombola, indígena, cigana e de comunidades tradicionais. As discussões também servirão de preparação para a etapa nacional, marcada para setembro, em Brasília.
Segundo Robson Ferreira, coordenador estadual de Políticas para a População Negra, a mobilização em São Paulo foi intensa e necessária: “Tivemos 23 conferências regionais com a participação de mais de 400 municípios. Saíram delas 21 etapas preparatórias e, com isso, vamos apresentar dez propostas de cada região, eleitas por seus representantes. Esse é um momento histórico”, afirma.
Mas, para além dos números, o coordenador reforça que a luta antirracista é coletiva: “O racismo não é um problema apenas das pessoas negras. Ele atravessa a todos nós. É um sistema que precisa ser desmontado com políticas públicas, escuta ativa e ações de enfrentamento eficazes. Por isso, essa conferência precisa do olhar e do compromisso de toda a sociedade.”
Na Baixada Santista, a etapa preparatória ocorreu em junho, em Itanhaém. Foi lá que os delegados e propostas foram escolhidos. A delegação regional é coordenada por Júlio Evangelista Santos Júnior, advogado e militante do movimento negro, membro da Câmara Temática do Condesb e coordenador da Educafro. Sua liderança representa um chamado à escuta, à presença e à transformação social a partir dos territórios.