Ronaldinho Gaúcho fala sobre sua trajetória

Em nossa matéria de capa da edição 178 trazemos a você a trajetória do craque Ronaldinho Gaúcho. A seguir, acompanhe trechos da entrevista do jogador à Raça

 

TEXTO: Etiene Martins | FOTOS: Wenderson Fernandes | Adaptação web: David Pereira

Ronaldinho Gaúcho fala sobre sua trajetória | FOTO: Wenderson Fernandes

Ronaldinho Gaúcho fala sobre sua trajetória | FOTO: Wenderson Fernandes

 

Ronaldinho de Assis Moreira é um jogador que circula com a desenvoltura que só uma extraordinária intuição em campo pode proporcionar. Embora tenha uma herança quase que genética de amor à bola, ele declara que quando começou nem sequer imaginou chegar tão longe. Seus gols atestam, no entanto, um jogador que parece ter nascido profissional, daí seu amplo domínio de dribles que, apesar de extremamente difíceis, parecem nascer dele naturalmente, como uma transpiração. Seja como atacante, armador ou volante, Ronaldinho Gaúcho fascina tanto torcedores quanto adversários e até leigos em futebol com seus dribles, passes e chutes a gol. Pelé chegou a chamá-lo de artista da bola.
Nascido na Restinga, bairro pobre de Porto Alegre, perdeu o pai quando ainda tinha oito anos. Um ano antes, seu pai o levou para a escolinha do Grêmio, clube no qual Ronaldinho ficou até os 21 anos de idade e de onde seu talento começou ecoar para o mundo, encurtando sua passagem pelos times brasileiros e passando a jogar nos clubes europeus. Duas vezes eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado), em 2004 e 2005, Ronaldinho brilha pela humildade e naturalidade. Atualmente faz a festa dos atleticanos, levando à loucura a torcida mineira. Comum enredo abrangente, nessa entrevista exclusiva para a RAÇA BRASIL, Ronaldinho evidencia ser contra o racismo e o quanto valoriza sua ancestralidade: o valor dafamília, da amizade e mostra que a vitória na vida e na profissão tem como alicerce a união familiar. Acompanhe trechos da entrevista com o jogador Ronaldinho Gaúcho à Raça.

Você já foi eleito o melhor jogador do mundo; quando começou a sua carreira imaginava chegar tão longe?

Logo que começou não. Sempre me imaginei um jogador profissional, era o meu sonho. Depois, quando me tornei um jogador profissional, fui jogar na Europa e então as portas foram se abrindo e a partir daí comecei a me imaginar sendo o melhor do mundo.

Você tem como empresário seu irmão, Assis, que largou o futebol para apoiar sua carreira. Como é o seu relacionamento familiar?

É maravilhoso para mim ter o privilégio de ter meu irmão como meu pai, meu irmão, meu empresário, meu tudo. A minha irmã que quase sempre morou comigo, a minha mãe que sempre esteve muito próximo. A família sempre foi muito importante para mim, sempre fomos muito unidos.

 

Descontraído, Ronaldinho Gaúcho conversa com exclusividade com a reportagem de Raça Brasil | FOTO: Wenderson Fernandes

Descontraído, Ronaldinho Gaúcho conversa com exclusividade com a reportagem de Raça Brasil | FOTO: Wenderson Fernandes

 

Você nasceu na região do país que mais recebeu imigrantes europeus. O gaúcho é um povo formado por descendentes de alemães, italianos… Como foi a sua formação como umhomem negro?

Graças a Deus nunca sofri preconceito por ser negro, ou por ter o tom de pele diferenteda deles. Graças a Deus não sofri nenhum tipo de discriminação. Eu vim de um bairro onde havia muitos negros e sempre me dei bem com todos os meus amigos.

Um fato que cresceu ou que ficou mais em evidencia é o racismo no futebol. Você já foi discriminado em campo?

Não diretamente. A partir do momento que fazem com um colega meu eu acabo sentindo. Na época eu jogava no Barcelona e o Eto’o (seu colega do Barcelona, o camaronês Samuel Eto’o), também negro, sofreu com isso. Nunca senti isso diretamente na pele, mas senti como se fosse comigo. Eu sou completamente contra o racismo, venho de um país com uma mistura de raças e culturas muito grande. Então acabei vendo muito mais isso quando fui morar na Europa.

Recentemente entrevistei o Mauricio de Souza, e ele reconheceu que você foi o primeiro personagem negro de seus gibis. Como é para você ser referência também para crianças negras, já que na sua infância eram raros os personagens negros infantis?

Eu me sinto mais que lisonjeado. Sinto-me muito orgulhoso de saber que as crianças negras têm um personagem negro nas historinhas para se inspirarem. Eu fico muito feliz de saber que as crianças olhem e imaginem que se elas se dedicarem podem ser felizes na profissão assim como eu sou.

 

Quer ver essa e outras entrevistas e reportagens da revista? Compre essa edição número 178.

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