Revista Raça Brasil

Compartilhe

Roda de samba na Pedra do Sal, Centro do Rio de Janeiro (foto: Alexandre Macieira / Riotur)

Mais que música, o samba é grito ancestral, reza e denúncia

De Dona Ivone Lara a Juliana Linhares, canções mostram como o samba expressa dor, espiritualidade e resistência desde suas origens negras e populares

 

O samba é uma das expressões culturais mais genuínas do Brasil. Como define o sambista, compositor e intelectual Nei Lopes, em sua obra Enciclopédia da Diáspora Africana:

“[…] Nome genérico de várias danças brasileiras e da música que acompanha cada uma dessas danças; modernamente, expressão musical que construiu a espinha dorsal e a corrente principal da música popular brasileira”.

Com raízes fincadas nos terreiros, nas cozinhas das senzalas e nas rodas dos subúrbios, o samba nasceu da resistência e da reinvenção cultural das populações negras escravizadas no Brasil. Assim como o gospel e o blues nos Estados Unidos, o samba se tornou um canal para sentimentos profundos: a dor do lamento, a força da fé e o grito do protesto.

Mais do que um gênero musical, o samba é uma linguagem política e espiritual. Em seus versos, expõe desigualdades, afirma identidades e preserva tradições de origem africana. Do morro ao asfalto, ele serve como canal de denúncia, oração coletiva e catarse emocional — traduzindo a experiência da população negra em forma de arte popular.

A seguir, reunimos músicas — clássicas e contemporâneas — que mostram essas três dimensões do samba:

🎭 Samba como Lamentação

  • Folhas Secas – Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito
  • Agô – Xande de Pilares (part. Leci Brandão)
  • Nasci pra Sonhar e Cantar – Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho
  • Meu Romance – Teresa Cristina

✨ Samba como Reza

  • Canto das Três Raças – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro
  • Saravá Meu Povo – Leci Brandão
  • Ogum – Toninho Geraes (na voz de Zeca Pagodinho)
  • Ijexá de Oxum – Luedji Luna

✊🏾 Samba como Protesto

  • Opinião – Zé Keti
  • Zé do Caroço – Leci Brandão
  • Manifesto – Juliana Linhares (com outros autores)
  • Identidade – Jorge Aragão, Nei Lopes e Dona Ivone Lara

Publicidade

Open chat
Preciso de Ajuda
Olá 👋
Podemos te ajudar?