Sandra Coleman – escritora brasileira que batalha contra o racismo
Hoje a Cultura da Revista Raça Brasil traz um olhar diferenciado sobre a literatura, e destaca Sandra Regina Barbosa Soares Coleman, ou simplesmente Sandra R. Coleman @sandracolemanrainha, escritora brasileira negra que nasceu em 1966, na cidade de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Vinda de uma família humilde, que conviveu com uma vizinhança exacerbadamente racista. Sandra já pratica uma luta antirracista desde os 38 anos, o que proporcionou a ela uma visão bastante crítica e observadora em relação a atitudes e falas racistas, apesar de algumas implícitas.
Ainda no Rio de Janeiro, no início dos anos 2000, Sandra trabalhou em uma ONG do movimento negro e participou em 2005 de um seminário internacional em Brasília, onde conheceu o afro-americano Major Coleman, professor de Direito na Universidade Central da Carolina do Norte e PhD em Ciências Políticas, pela Universidade de Chicago. Dois anos depois viajava para os EUA, e de namorada, havia passado para a condição de noiva e em 2007 mesmo se casaram.
Quando chegou aos EUA, não falava inglês e havia completado somente o Ensino Médio. Já o marido falava um português aprendido no convívio com Sandra. Aos poucos seus sonhos foram modificados e ela explica o motivo: “Ao acompanhar meu marido a uma conferência, conheci várias mulheres pretas acadêmicas, PhD’s em alguma área do conhecimento, intelectuais, professoras universitárias. Todas eram bonitas e inteligentes. Nesse dia, eu decidi não mais ter filhos e, sim, estudar e me tornar uma escritora”.
Após ter tomado a decisão de sua vida, Sandra R. Coleman se dedicou ao estudo do inglês e outros idiomas os quais fala fluente. Fez bacharelado em Artes, com especialização em Espanhol e caminhou para o mestrado em Estudos Profissionais com habilitação em Educação Multicultural. Radicada em Durham, cidade da Carolina do Norte nos EUA e em suas vivências, a escritora brasileira desenvolveu uma grande batalha contra o racismo estrutural e institucional que observou tanto no Brasil como nos EUA. Com base em depoimentos e experiências de pessoas negras arquitetou uma exposição e outras três obras.
Em 2017, foi curadora da exposição Black Brazilian Women: Presence and Power, na Universidade do Estado de Nova York, nesse trabalho originou a conversa com 50 mulheres brasileiras intelectuais e negras. Em 2020 lançou o livro “Mulheres Negras Brasileiras – Presença e Poder, da Exposição ao Livro”, pela Editora CRV, de Curitiba. A publicação conta a história de 39 mulheres e na termina contando a própria história em “As princesas não eram bonitas, elas eram brancas”. Após tradução para o inglês, esse livro foi lançado em 2021, nos EUA.
No mesmo ano, lançou “Filhos, Pais e Avôs – Narrativa de Presença e Poder”, pela mesma editora, uma obra que traz a história de 31 homens brasileiros negros. E Sandra lançará, em breve, seu novo livro “Merendas e Afetos – Narrativas de Presença e Poder”, pela editora fluminense África e Africanidades, que trará merendeiras contando seu dia a dia, a invisibilidade sofrida, sobretudo, por conta do racismo.
A Revista Raça Brasil apoia as lutas e quem batalha contra o racismo!
Por Sabrina Andrea @sabrandrea