Com a calma de quem entende que arte boa não tem pressa, Seu Jorge vem construindo há mais de uma década um projeto que promete tocar fundo na alma de quem ouve. Gravado entre 2009 e 2019 nos Estados Unidos, o álbum The Other Side tem lançamento previsto para 2026, e traz o melhor da música brasileira em novas cores e sentidos.
Mais do que um disco, The Other Side é um reencontro com nossas raízes. Nele, Seu Jorge revisita clássicos que atravessam o tempo — como Caboclo (Arthur Verocai e Vitor Martins, 1972), nunca regravada desde seu lançamento, e Crença (Milton Nascimento e Márcio Borges, 1967) —, reafirmando a grandeza da música negra que moldou o Brasil.
Entre as faixas, uma parceria especial brilha com força e afeto: Maria Rita se junta a ele em Vento de Maio (Telo Borges e Márcio Borges, 1979). A união das vozes — a dela, herdeira de uma das maiores vozes da nossa história, e a dele, símbolo de resistência e elegância preta — é o tipo de encontro que aquece o coração e eleva o espírito.
Em tempos de pressa e superficialidade, Seu Jorge chega lembrando que a boa música não envelhece: amadurece. The Other Side é uma carta de amor à negritude, à memória e à beleza de ser brasileiro — mesmo quando se canta do outro lado do mundo.
