A experiência nos ensina que o que nos sustenta nas organizações não é apenas nossa capacidade técnica, por mais brilhante que ela seja. Obviamente que dominar o que fazemos é fundamental, mas existe uma linha tênue, muitas vezes invisível aos olhos, que faz toda a diferença: as soft skills.
As soft skills são habilidades comportamentais, sociais e emocionais que influenciam a forma como lidamos com as pessoas, com os desafios diários e com nós mesmos. As soft skills dizem como fazemos e, muitas vezes, são o diferencial que nos destaca como profissional e líder.
Já é sabido que no ambiente corporativo, principalmente em cargos de liderança, é impossível fugir das dinâmicas políticas. E aqui falo da política como a arte de conciliar diferentes interesses, de transitar entre as áreas, ouvir com atenção, negociar com firmeza e, ainda assim, manter a integridade e o foco no que realmente importa.
É aqui que entram as soft skills como empatia, escuta ativa, inteligência emocional, comunicação assertiva e resiliência. Elas se tornam essenciais no dia a dia e guiam colaboradores e gestores quando o caminho parece turvo, quando as pressões aumentam e quando as decisões precisam ser tomadas em pouco tempo.
Por isso, manter a calma em momentos de pressão é talvez uma das virtudes mais difíceis e necessárias que um líder pode desenvolver. Já estive em salas onde o clima era de tensão absoluta, decisões complexas sendo discutidas, interesses conflitantes em jogo, egos inflamados. E aprendi que, nesse tipo de ambiente, quem se desestabiliza primeiro perde a clareza de pensamento.
Liderar é, muitas vezes, escolher entre caminhos incômodos. Nesses momentos, é preciso voltar ao propósito da organização, ao que se quer alcançar no longo prazo, e deixar que essa visão maior nos guie. Não se trata de vencer debates, mas sim de gerar valor, direcionar a empresa na direção certa e proteger a cultura e o time.
Hoje, ao olhar para trás, vejo que os momentos mais transformadores da minha carreira foram aqueles em que fui capaz de manter a calma no olho do furacão, tomar decisões com firmeza e empatia, e, principalmente, trazer o foco de volta para o que realmente importava. São essas habilidades que moldam grandes líderes e que fazem a diferença nos bastidores daquilo que move as organizações.
[Os textos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Revista Raça].