Start up baiana cria plataforma gratuita para capacitação de empreendedores negros
Em parceria com a Ambev, a startup baiana desenvolve a AfroOn, que oferece conteúdos focados no crescimento profissional e afroempreendedorismo com alcance em todo Brasil
De acordo com os dados do estudo ‘Empreendedorismo Negro no Brasil 2019’, realizado pela PretaHub – aceleradora do empreendedorismo negro no Brasil – em parceria com a Plano CDE e a J.P. Morgan, em 2019 existiam mais de 14 milhões de empreendedores brasileiros autodeclarados negros.
A pesquisa revelou que dentro deste universo, 35% dessas pessoas empreendem por vocação, 34% por necessidade, 22% por engajamento e 9% apresentam perfil misto. Além disso, os dados ressaltam que entre os que empreendem “por necessidade” gerada pela falta de oportunidade no mercado de trabalho, corresponde a 46%.
Ainda segundo o estudo, neste último caso, a decisão de iniciar um negócio, gerada pela falta de oportunidade, passa pelo incentivo e parceria de familiares e amigos. No entanto, a principal barreira encontrada por esses empreendedores é a falta de autopercepção como empreendedor e conhecimento de ferramentas necessárias para iniciar.
Atenta às necessidades desse público, a startup baiana Afroimpacto – escola de afroempreendedorismo, em parceria com a Ambev criaram a AfroOn, uma plataforma online de desenvolvimento empreendedor, focada em trazer conteúdos para a profissionalização dessas pessoas.
Disponível gratuitamente, a plataforma é destinada para empreendedores negros localizados em todo o território brasileiro, com foco no ramo de comércio e bebidas.
De acordo com a CEO da Afroimpacto, Tamila dos Santos, a AfroOn visa capacitar e ajudar no desenvolvimento destes negócios e para isso, oferece trilhas educacionais, lives, workshops e mentorias individuais. “Na plataforma podem participar mulheres ou homens acima dos 18 anos e que tenham disponibilidade para acompanhar os estudos na plataforma”, destaca.
Tamila conta que o objetivo da plataforma é fortalecer os pequenos empreendedores e orientá-los a como se relacionar com grandes empresas, como a Ambev, entre outras de maneira fácil e acessível. “Além disso, ajudar no gerenciamento dos processos internos dessas empresas”, frisa.
Para atender a esta demanda, a CEO explica que na AfroOn o empreendedor terá acesso a três trilhas educacionais: Empreendedor Iniciante; Aprendiz e Negociador.
“Na trilha Empreendedor Iniciante, que é introdutória, o participante aprende sobre os princípios básicos do empreendedorismo, afroempreendedorismo, passo a passo a respeito da precificação, entre outros assuntos relacionados a este mundo”, garante.
Tamila dos Santos acrescenta que na trilha Aprendiz é apresentado assuntos sobre modelo de negócio (tipos e exemplos), o diferencial do negócio e a proposta de valor. “Os conteúdos oferecidos auxiliam o participante a desenvolver as habilidades de gestão financeira, conhecer ferramentas que podem ajudar na gestão do negócio, e como utilizar as redes sociais para vender seu produto”, afirma.
Por último, a CEO conta que na trilha Negociador o empreendedor aprende sobre como realizar a gestão de tempo e produtividade, elaboração de orçamentos, fechar negócio, e ainda tem acesso a um módulo inteiro para entender como fazer negociações com a Ambev. “A plataforma ainda oferece, ao fim de cada módulo, um resumo e uma atividade de fixação”, complementa.
A plataforma online pode ser acessada pelo Ambev On, portal de conhecimento em inovação da companhia e os interessados devem se inscrever neste link para terem acesso ao conteúdo. (https://ambevon.skore.io/pt/login)
Tamila ressalta que ao final de cada trilha, o aprendiz recebe um selo para validar os conteúdos compreendidos. Além disso, o participante pode interagir com outros membros da comunidade no fórum de discussões em um grupo no WhatsApp, onde os integrantes podem tirar dúvidas e trocar informações.
A CEO salienta que essa e outras ações realizadas pela Afroimpacto, visam contribuir fazendo com que os conteúdos que estão em torno desse mundo do empreendedorismo sejam mais acessíveis. “Com uma linguagem que mostre ao pequeno empreendedor como funcionam as ferramentas para empreender, fazendo com que o cotidiano dele seja mais acessível”, finaliza.