Revista Raça Brasil

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Mãe e filha! Taís Araujo e Bella Campos posam juntas no show da Lady Gaga — Foto: Brazil News

Bella Campos e Taís Araújo: quando o sucesso não supera o racismo e as desigualdades

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Rachel Quintiliano

Editora do Portal Raça. Jornalista e escritora com quase 30 anos de experiência, tanto na comunicação corporativa quanto da imprensa, especialmente imprensa negra. Autora do livro ‘Negra percepção: sobre mim e nós na pandemia’. É responsável por planejar os conteúdos do portal, assegurando a linha editorial e estratégia narrativa do grupo RAÇA.

Atrizes de Vale Tudo revelam em entrevistas recentes como o racismo estrutural e a desigualdade social marcam suas histórias pessoais e profissionais

 

Mesmo com mais de 30 anos de carreira, Taís Araújo afirmou recentemente que ainda sente medo da escassez. Em entrevista à imprensa, a atriz — atualmente no ar como Raquel Acioli no remake de Vale Tudo — declarou que não recusa trabalho, mesmo sem nunca ter passado necessidade extrema. Esse sentimento, segundo especialistas e vozes da comunidade negra, é reconhecido como um medo ancestral, enraizado na memória coletiva de um povo historicamente submetido à precariedade e à exclusão.

No último fim de semana, Bella Campos, que interpreta a filha de Raquel na novela, também compartilhou sua experiência de vulnerabilidade durante o quadro de Luciano Huck. Com lágrimas escorrendo, relembrou o início da carreira como modelo, algo que não escolheu por pura sobrevivência. “A gente tinha que decidir se ia pagar a conta de luz, o aluguel ou fazer compras no supermercado”, relatou a atriz, visivelmente emocionada. O primeiro trabalho como modelo, que pagava R$ 600, era equivalente ao que recebia por mês em um café na sua cidade natal.

 

Apesar das trajetórias distintas, as falas de Taís e Bella revelam um ponto em comum: o impacto do racismo e das desigualdades sociais que ainda mantêm a população negra — sobretudo as mulheres — na base da pirâmide econômica brasileira. São histórias que retratam não apenas desafios individuais, mas a persistência de um sistema que impede que talentos negros prosperem com a mesma liberdade e segurança que outros grupos.

Esses relatos, vindos de duas das atrizes conhecidas e em destaque neste momento, ecoam como alertas sobre a urgência de políticas públicas que garantam igualdade de oportunidades. Ao dar voz às próprias dores, Taís Araújo e Bella Campos também reforçam a importância da representação e da denúncia, mesmo dentro dos espaços conquistados.

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