Teatro: ‘Bom Dia, Eternidade’, peça debate envelhecimento de negros através de memórias

Em cartaz no palco do Teatro Anchieta, sito Sesc Consolação, na capital paulista, o espetáculo mostra que esse grupo (negros) pode experimentar uma vida duradoura. A Peça ‘Bom Dia, Eternidade, d’O Bonde faz uma curta temporada, mas já deixa uma marca na história teatral de São Paulo.

A dramaturgia é de Jhonny Salaberg, direção de Luiz Fernando Marques Lubi, do coletivo premiado O Bonde (reunião de artistas negros e periféricos que utilizam a palavra e a narrativa como ferramenta de acesso, denúncia e ampliação das discussões afro diaspóricas e seus desdobramentos), focados na étnica-criação-racial em São Paulo, pois a ideia principal do grupo é aquilombar.

A história em questão na peça é o envelhecimento dos corpos negros, na qual o elenco de O Bonde misturam suas histórias de vidas e ficções futurísticas contracenando com uma banda de quatro músicos 60+. A obra compõe a última parte da trilogia da Morte, que fala sobre as quase mortes do corpo negro e as heranças do período no qual o regime de trabalho era escravocrata. O início se deu no espetáculo infantil “Quando eu morrer, vou contar tudo a Deus”, e a segunda obra para adultos “Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar”.

A temporada segue no Sesc Consolação vai até 25 de fevereiro de 2024, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos e feriados, às 18h. E nos dias 15 e 22 de fevereiro, às 15h. Ingressos a venda no site do Sesc.

Sinopse:
Quatro irmãos idosos que sofreram um despejo quando crianças, recebem a restituição do terreno após quase 60 anos e se encontram para decidir o que fazer. O tempo se embaralha em um jogo de cortinas e um mosaico de histórias reais e ficcionais é costurado no quintal da antiga casa acompanhado de um bom café e de um velho samba. Em cena, uma banda de quatro músicos com mais de sessenta anos em um jogo friccional com as narrativas dos atores/atriz d`O Bonde. Um espetáculo que descortina a realidade do passado olhando para o presente.

Por: Sabrina Andréa