Trinidad e Tobago discute remoção de estátuas dos colonizadores
Na noite de quarta-feira (28), um auditório em Port-of-Spain, capital à beira-mar de Trinidad e Tobago, foi palco de um intenso debate sobre a remoção de estátuas e monumentos coloniais, incluindo a de Cristóvão Colombo. O debate foi marcado por risos, aplausos e expressões de descontentamento.
O governo havia solicitado a opinião dos residentes da nação insular sobre a retirada de símbolos relacionados ao colonialismo, como estátuas e placas.
Durante a audiência, pessoas de diversas origens — africanas, europeias e indígenas — expressaram suas opiniões. Alguns propuseram que a estátua de Colombo fosse transferida para um museu, enquanto outros pediram sua destruição, com sugestões para que o público pudesse pisotear os restos.
A maioria dos mais de 20 participantes e diversos comentaristas online apoiaram a remoção desses símbolos da era colonial. Zakiya Uzoma-Wadada, presidente executiva do Comitê de Apoio à Emancipação, destacou a importância da discussão: “Após 62 anos de independência, ainda vivemos em um espaço que reflete os ideais e a visão dos nossos colonizadores.”
Trinidad e Tobago está se unindo a um movimento global que visa eliminar símbolos coloniais enquanto confronta seu passado e debate como honrá-lo, especialmente à medida que crescem as demandas por reparações pela escravidão no Caribe.
O debate ocorreu pouco depois do anúncio de que o governo redesenharia o brasão nacional, removendo os navios de Colombo — a Pinta, a Niña e a Santa María — e substituindo-os pelo steelpan, um instrumento de percussão típico do país.
Outros participantes na audiência pediram ainda mais mudanças, como a remoção da imagem da rainha do brasão. Eric Lewis, membro dos Primeiros Povos, também conhecidos como Ameríndios, expressou: “O que a rainha ainda está fazendo no brasão? Deixem-na descansar.”
Trinidad e Tobago, colonizada inicialmente pelos espanhóis e depois pelos britânicos, carrega uma forte marca colonial em suas ruas e praças, incluindo a estátua de Colombo em uma praça homônima na capital.
Embora o National Trust da ilha considere a estátua um “dos maiores embelezamentos da cidade”, há uma crescente discordância entre os residentes.
O debate continuará em breve na ilha irmã de Tobago, com o governo recebendo quase 200 sugestões sobre o futuro dos símbolos coloniais.