Trio preso por agredir estudante negro é denunciado por racismo, injúria e lesão corporal
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou por racismo, injúria racial e lesão corporal os três jovens presos em flagrante no final de janeiro, que agrediram o estudante Lucas de Lima Paiva, de 20 anos, em Pernambuco. Thayanne Santos Lins da Rocha, o irmão e o namorado dela, respectivamente Thierry Henrique Santos Rocha e Hygor José Rodrigues de Oliveira, foram soltos na ocasião após pagar fiança de um salário mínimo cada um.
A confusão, que ocorreu no dia 30 de janeiro deste ano, foi filmada e bastante repercutida nas redes sociais, mostra o trio agredindo verbal e fisicamente o jovem. Uma funcionária da marina, onde tudo ocorreu, o ajudou a se esconder dos ataques e também foi vítima de racismo.
Se forem condenados por todos os crimes denunciados, eles podem pegar até oito anos de prisão.
Na ocasião, Thayanne, Thierry e Hygor foram autuados em flagrante por injúria racia, apenas, mas por esse crime, o Código Penal prevê o pagamento de fiança. A defesa do estudante de engenharia Lucas de Lima Paiva, discordou da polícia e pediu a denúncia por racismo, crime que é inafiançável e imprescritível, pois atinge a coletividade, diferente de injúria que é direcionado a uma pessoa específica.
“A denúncia do Ministério Público é o que pensamos desde o início, que é o crime de racismo. O crime não foi somente contra Lucas e contra Kelly, mas contra toda a comunidade negra. É uma questão racial. Apesar disso, é muito difícil alguém tipificar um crime como racismo no Brasil. Para nós, foi uma vitória”, afirmou o advogado Luiz Carlos Tomé, que defende a vítima.
No entendimento da promotora de Justiça da 1ª Vara Criminal da Comarca de Paulista, Julieta Maria Batista Pereira de Oliveira, o trio deverá responder pelos crimes de racismo, lesão corporal e injúria racial, o que pode agravar a pena se tratando de mais de um crime simultaneamente.