Neste sábado (12), o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), em Salvador, vai se encher de histórias, trocas e sentimentos. É lá que a jornalista, apresentadora e produtora cultural Val Benvindo conduz mais uma roda de conversa do projeto Porto dos Saberes, com o tema “Gênero, Raça e Comunicação: Territórios de Afetos.”
Val vai compartilhar sua trajetória e abrir espaço para refletir sobre as alegrias, dores, obstáculos e vitórias que atravessam a vida de mulheres negras. A proposta do encontro é ir além dos números e dos discursos frios, para falar do que é real e cotidiano: a solidão, os afetos, as conquistas, a força e o quanto ainda é preciso lutar para ocupar espaços com dignidade e reconhecimento.
Nascida no Curuzu, bairro símbolo da resistência negra em Salvador, Val cresceu cercada de cultura, música e consciência racial. Hoje, leva tudo isso para onde vai. À frente do AFROPUNK Brasil, uma das maiores plataformas globais da cultura negra, ela também apresenta o quadro “Meu Nome é Val,” onde faz questão de dar voz às histórias de mulheres negras. E ainda encontrou espaço no humor, criando o Festival Humor Negro, que virou programa no Globoplay e Multishow — porque até o riso pode (e deve) ser um território de resistência e afirmação.
A fala de Val no Porto dos Saberes é mais do que uma palestra: é um convite para pensar sobre as marcas do racismo, mas também sobre as estratégias de sobrevivência, as redes de apoio, o orgulho e o poder que existe em ser mulher negra no Brasil. É lembrar que falar de gênero e raça não é só falar de dor, mas também de potência, criatividade e futuro.
Num país que muitas vezes insiste em silenciar vozes negras, encontros como esse são sopros de esperança e afirmação. Val Benvindo, com sua trajetória firme e sensível, mostra que é possível transformar vivências em força coletiva — e abrir caminhos para que outras mulheres negras possam sonhar e existir plenamente.
