Vamos acordar?
Precisamos acordar em nós a chama da cumplicidade!
Por: Margareth Menezes
Precisamos ser cúmplices das nossas conquistas. Precisamos ser cúmplices daquelas e daqueles que têm coragem de se insurgir a favor de nossas demandas. Essa ação, por mais simplória que pareça, fortalecerá as nossas vitórias.
É muito importante nos apoiarmos e nos engajarmos entre nós. E o poder da autoridade hoje está respaldado pelo potencial de engajamento e a nossa comunidade precisa entender isso e despertar para essa nova validação da representatividade e o poder na nossa expressão.
A manipulação de dados, as fake news e a criação de temas polêmicos que geram a ruptura também podem ser uma armadilha para minar nossas conquistas. Precisamos aprender a nos colocarmos, mas sem colocar em cancelamento as nossas conquistas.
Há quanto tempo existe e se retroalimenta essa arquitetura de discriminação e racismo da qual nos querem reféns? Quantas vezes a sociedade brasileira se manifestou tão ululante falando de racismo? Se avaliarmos bem, isso só está acontecendo agora porque a acesso à comunicação está sendo compartilhado. Acorda!
A gente já está conseguindo fazer algum barulho, e isso é muito bom. Significa que uma parte da sociedade já reconhece a necessidade de reparação, ações já estão acontecendo mesmo que alguns insistam em continuar alimentando ódio e racismo. Não vamos fortalecê-los, vamos nos fortalecer.
Nesse momento, a juventude afroascendente ganha terreno e os racistas estão assustados, pois começou a ranger a arquitetura do racismo estrutural, e ainda que eles não queiram entender, esse é o único caminho que levará o Brasil a ser a grande nação que é.
O crescimento econômico e tecnológico do país passa obrigatoriamente pela emancipação dos afroascendentes ao poder. Somos mais da metade da população, e cada vez mais a sociedade está despertando para essa realidade: o black money existe e está em expansão, e é pra isso que precisamos acordar.
Vamos fazer um acordo entre todos os que querem ver um país mais justo, mais humano e mais moderno. Um despertar de nossa consciência para dentro.
Procurar saber mais sobre nossa história desde o começo, pesquisar sobre nós, descobrir a grandeza dos nossos ancestrais que os historiadores euro centrados omitiram. E também sobre as ações dos nossos contemporâneos que a sociedade racista não valoriza. Mas nós podemos e devemos valorizar.
Temos que nos mobilizar por nós mesmos. E isso, hoje em dia, pode se dar por meio de uma ação bem simples: o engajamento nas redes sociais. Esse é o caminho das pedras. O apoio, o seguir, a audiência, curtir, compartilhar e, claro, nos momentos mais necessários, ir para as ruas.
Mobilização, com as diversas ferramentas que temos ao nosso alcance. Só assim podemos mostrar que estamos compactuados com a nossa luta por justiça e representatividade nos lugares de poder.
Escrevo sobre isso porque ninguém vai abrir espaço para as nossas pautas se nós mesmos não nos mostrarmos interessados e apoiadores dos nossos. Isso é muito importante, sobretudo para os mais jovens, e para o futuro do povo afro-brasileiro, e com benefício para todos os cidadãos desse país.
QUANDO UMA SOCIEDADE SE EQUILIBRA NA SUA BASE, ISSO PASSA A SER O ALICERCE DE SUA AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO.
VAMOS ACORDAR!