Viola Davis denuncia a desigualdade salarial entre as atrizes segundo a raça

A vida de Viola Davis, de 52 anos, originária da Carolina de Sul, nos Estados Unidos, foi permeada de carências e pobreza. Há um ano, a estrela de Hollywood revelou à revista People que de a única lembrança de sua infância é uma fotografia: “É uma foto minha na creche”, diz ela, que conta que sua família nunca teve suficiente dinheiro para poder comprar uma câmera fotográfica. “Nessa imagem tenho uma expressão que não é um sorriso, mas também não estou franzindo a testa. E juro que continuo sendo essa mesma criança a cada vez que me levanto pela manhã e vejo tudo o que tenho a meu redor e em minha vida e penso: ‘Não posso acreditar como Deus me abençoou tanto”, assegura. Mas Davis não perdeu de vista suas origens e seu espírito reivindicativo. A protagonista da série Como defender um assassino denunciou em uma entrevista à revista Variety as desigualdades salariais entre atrizes “brancas e as que não o são”. Ela não quer dar pena. Ao revés. Sua vida demonstrou-lhe a importância do dinheiro: “É o que me dá segurança e oportunidades”, afirma.

Segundo ela, este é um tema que continua sendo tabu. “Não há porcentagens para mostrar a diferença no salário, mas é enorme, às mulheres hispanas, às mulheres asiáticas e às mulheres negras, nos pagam menos que às mulheres brancas. Além disso, sentimos falta de mais oportunidades”.

Em 2015, Viola Davis foi a primeira intérprete negra em receber o Prêmio Emmy à Melhor Atriz. Na época, pronunciou um discurso poderoso e disse o mesmo: “O único que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa são as oportunidades (…) Não podemos ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem”. A atriz também foi nominada ao Oscar em 2012 por seu papel em Histórias Cruzadas.

Sobre o racismo em Hollywood disse: “Uma atriz baseia seu trabalho em observar a vida, o que é um problema, porque se você a observa, significa que você não está nela [risos]. E lutando contra coisas que não deveriam existir, um exemplo, racismo em Hollywood, quantos personagens negros você vê nos filmes, é nossa responsabilidade, a da comunidade afro-americana, mudar a situação. Devemos lutar, atingir níveis como [Glenn] Close, [Meryl] Streep ou Steven Spielberg, quero ser ET, quero ser o Tenente Ripley e lutar contra o Alien, quero fazer todos esses personagens, porque essa deve ser a minha ambição artística”.

Fonte :El País

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