Revista Raça Brasil

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A cor da pele ainda define quem vive e quem morre no Brasil

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Rachel Quintiliano

Rachel Quintiliano é fundadora e consultora sênior da Quintiliano: Planejamento e Comunicação. Jornalista, escritora, especialista em comunicação e saúde. Autora do livro Negra Percepção: sobre mim e nós na pandemia.

População negra continua sendo a mais afetada pelos homicídios no Brasil, aponta Atlas da Violência


“80 tiros te lembram que existe pele alva e pele alvo”, disse o músico Emicida na música Ismália, do álbum AmarElo (2019). A frase, potente e dolorosa, reflete uma realidade que os números seguem confirmando: a violência no Brasil tem cor, e ela é majoritariamente negra.

Segundo o Atlas da Violência 2024, divulgado nesta segunda-feira pela Agência Brasil, pessoas negras têm 2,7 vezes mais chances de serem vítimas de homicídio do que pessoas não negras (pretas e pardas) no país. O dado, referente ao ano de 2023, ainda representa uma leve redução em relação ao ano anterior, quando o índice era de 2,8.

Quantidade de homicídios de pessoas negras entre 1996 e 2023.

Legenda do gráfico: quantidade de homicídios de pessoas negras/IPEA.

Apesar da queda, a desigualdade racial na letalidade permanece alarmante e histórica. Desde o início do tráfico negreiro no Brasil, em 1539, a população negra segue sendo alvo preferencial da violência, refletindo o racismo que estrutura as instituições de segurança pública, o acesso à justiça e a toda a sociedade brasileira.

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