Vitórias militares africanas contra as invasões estrangeiras
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- julho 19, 2022
Por: Carlos Machado
Cuxe (c. 785 a.C. – c. 350 d.C.) era um reino antigo na Núbia, localizado no Sudão e no sul do Vale do Nilo, no Kemet. Suas capitais foram Napata e Meroë, as línguas comuns eram o meroítico, núbio, kemético e cuxítico. A religião era a kemética antiga e o governo era uma monarquia. A população na fase kemética era de 100.000 e na fase meroítica 1.150.000 pessoas.
A Era Cuxita de domínio na Núbia foi estabelecida após o colapso da Idade do Bronze e a desintegração do Novo Reino do Kemet. Cuxe estava centrado em Napata (hoje Karima no moderno Sudão) durante sua fase inicial. Depois que o rei Kashta invadiu o Kemet no século 8 a.C., os monarcas de Cuxe também foram os faraós (nisut bity) da 25ª Dinastia de Kemet, até serem derrotados pelo Império Neo-Assírio sob o domínio de Assurbanipal por um século e mais tarde e finalmente expulso do Kemet por Psamético I (Psamtek I).
A antiga Cuxe era a força militar defensiva mais poderosa da história da África antiga. Era conhecida como Terra do Arco, o significado de Ta-Seti, um antigo termo kemético usado para denotar a Núbia por milhares de anos na antiguidade. Cuxe nunca foi conquistada por não africanos. Seus soldados foram exportados para outros reinos.
Os persas sob o reino de Cambises II conquistaram Kemet ao norte, na Batalha de Pelusium em 525 a.C. Os soldados persas usavam os gatos como escudos porque sabiam que a religião de Kemet proibia a morte de gatos. Como a Pérsia e outras nações conquistaram Kemet, eles acharam que Cuxe seria o mesmo.
Eles não poderiam estar mais errados. Segundo Heródoto, historiador e geógrafo grego, Cambises o rei persa, queria conquistar Cuxe. Enviou espiões ao rei disfarçados de mensageiros portadores de presentes. O rei Cuxita zombou dos presentes de Cambises diante dos mensageiros e provocou o rei a marchar sobre Cuxe. Dificuldades logísticas em cruzar terrenos desérticos junto com a resposta dos Cuxitas não eram algo que os persas poderiam superar.
Quando ele “passou pela quinta parte do caminho” nos desertos áridos da Núbia, o exército de Cambises ficou sem suprimentos. O exército persa ficou com tanta fome que os soldados recorreram ao canibalismo. Cambises desistiu da expedição.
No primeiro século 1 d.C., o geógrafo grego Strabo escreveu que, quando Cambises viajava da cidade de Premnis (Karanog, na Baixa Núbia) com seu exército para conquistar Cuxe, ficou impressionado com o imenso batalhão e foi forçado a voltar.
Os disparos precisos de arco e flecha não só demoliram as fileiras persas, como também miravam os olhos e os rostos de cada soldado persa. Essa precisão não era vista no mundo antigo. Os persas foram forçados a se retirar derrotados.
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