William Waack fala com exclusividade a Revista Raça sobre sua “piada”
“Cartunista não pode crer em deuses nem em astronautas, o dia em que acreditar fatalmente irá defender e entrará no difícil dilema de alguns padres de nossa época, que têm a função de salvar a alma, mas ao se envolverem em política, acabam cada vez mais tentando livrar o corpo”. Tal frase, do jornalista Rivaldo Chinen, prefaciada em meu primeiro livro “A transação da transição”, datado no início dos anos 80, norteou grande parte da minha crédula produção de cartunista.
Naquele tempo nossa principal trincheira de resistência era o semanário “O Pasquim”. Para os cartunistas que viveram os “anos de chumbo”, liberdade de desenhar e opinar sobre qualquer assunto era um direito adquirido no front de batalha, já que o momento era de luta contra a ditadura militar e a partir de uma realidade de intensa violação dos direitos humanos no Brasil.