Zumbi e Dandara dos Palmares lideraram uma das maiores revoluções da história, mas seus nomes ainda não ocupam o lugar de destaque que merecem.
As revoluções negras na história do Brasil são marcos fundamentais da resistência contra a escravidão e o racismo. O Quilombo dos Palmares, ativo entre os séculos XVI e XVII na região da Serra da Barriga (Alagoas), foi o maior símbolo dessa luta. Com cerca de 20 mil habitantes, Palmares era uma comunidade autônoma formada por negros fugidos, indígenas e brancos marginalizados. Foi também berço de duas das maiores lideranças negras do Brasil: Zumbi dos Palmares e Dandara.
➡️ Fonte: Revista Raça
Zumbi nasceu em 1655 e liderou Palmares após se opor ao acordo de paz que previa a devolução de pessoas escravizadas. Defensor da liberdade plena, resistiu até sua captura e execução em 1695. Ao seu lado, Dandara dos Palmares foi uma guerreira estratégica nas batalhas contra os colonizadores e símbolo da resistência feminina negra.
➡️ Fonte: Fundação Cultural Palmares
Mesmo com esse legado, o reconhecimento oficial de Zumbi só ocorreu em 2011 com a Lei nº 12.519, que instituiu o Dia da Consciência Negra (20 de novembro). Somente em 2023, essa data se tornou feriado nacional pela Lei nº 14.759, consolidando sua importância histórica.
➡️ Lei nº 12.519/2011
➡️ Lei nº 14.759/2023
A comparação com Tiradentes, homenageado em 21 de abril como herói da Inconfidência Mineira, evidencia como a história oficial ainda privilegia determinadas narrativas. Zumbi e Dandara representaram um projeto de liberdade coletiva, antirracista e anticolonial, mas não são ensinados com a mesma ênfase nas escolas. Reconhecer essas figuras é essencial para uma memória mais justa, inclusiva e verdadeira sobre a luta por liberdade no Brasil.
