Presos e indiciados homens acusados de assassinato de jovem negro
A execução de um jovem negro no estado da Georgia, sul dos Estados Unidos, tem motivado uma campanha por justiça e contra a violência racial em todo o país. As manifestações tem sido intensas nas redes sociais e em protestos nas ruas, apesar das restrições impostas pelas autoridades de saúde por conta da pandemia do novo coronavírus.
Ahmaud Arbery, de 23 anos, foi morto a tiros por dois homens brancos que o perseguiram. O rapaz, ex-atleta de futebol americano, fazia uma corrida em uma estrada na localidade de Satilla Shores, no interior da Georgia, em 23 de fevereiro.
A execução de Arbery ganhou destaque nacional no domingo (03), quando um vídeo publicado por um emissora de rádio local nas redes sociais mostrou o jovem negro sendo interceptado por uma caminhonete branca e atacado por Gregory e Travis McMichael.
Tom Durden, um promotor da Geórgia designado para examinar o caso, se recusou a comentar, na terça-feira (05), quando questionado se poderia verificar se o vídeo mostrava o disparo de Arbery. Ele afirmou preferir que um grande júri decida se são necessárias acusações criminais contra os dois homens.
A divulgação do vídeo levantou questões sobre a persistência de execuções por motivos raciais nos EUA e, em especial, na Geórgia. Gregory e Travis McMichael – pai e filho – foram p´resos e indiciados na tarde de quinta-feira (07). Eles confessaram ter decidido pegar uma pistola e um rifle para perseguir “o cara”.
Organizações de direitos humanos e de defesa da população negra convocaram uma manifestação pelas redes sociais para esta sexta-feira (08), dia em que Ahmaud Arbery completaria 24 anos. A ideia é que pessoas postem fotos de seus tênis de corrida ou façam pequenos vídeos correndo. A hashtag #IRunWithMaud (“Eu corro com Maud”, em tradução livre) já ganhou as redes sociais.
Na quarta-feira (06), centenas de pessoas marcharam pela rodovia onde Arbery foi assassinado a tiros pelos McMichael. Familiares do jovem e outros apoiadores também devem se reunir para um novo protesto nas ruas de Brunswick, cidade vizinha ao condado de Glynn — residência do jovem — e que abarca a localidade de Sattila Shores — onde ele foi executado.