O PODER DA RAÇA
Por: Flávia Cirino Fotos: Wesley Alves
Não foi fácil para ninguém. Não foi mesmo! 2018 deixou um rastro de mudanças pesadas no país, com reflexos sobretudo na saúde, na educação e nas artes. Mas superar obstáculos é uma característica praticamente intrínseca entre nós, negros. E, apesar de tantos revezes, por termos conquistado, definitivamente, lugares de fala, de atitude, de ação, de vez e voz.
A RAÇA reuniu oito expoentes da comunidade negra nacional, que tiveram relevante destaque ao longo de 2018. Num clima de total descontração e celebração pelas conquistas, Conceição Evaristo, Rachel Maia, Ireuda Silva, Maria Gal, Maurício Pestana, Projota, Thiago Oliveira e Flávio Renegado festejaram seus êxitos e expuseram seus planos para 2019.
“Só o fato de estarmos aqui, juntos, reforçando nossa luta e ratificando o quanto somos capazes, me emociona. A diáspora africana resiste”, pontuou a escritora Conceição Evaristo.
O aumento do índice de negros nas produções artísticas foi bastante relevante. Até mesmo em equívocos como na novela Segundo Sol, da Globo, que mostrou uma Bahia branca, mas contornou a história destacando fortes personagens negros. Por outro lado, o SBT colocou um núcleo negro em sua principal novela, As Aventuras de Poliana. “Em quantas novelas vemos famílias negras em seus elencos? Não apenas nas artes, mas em todas as áreas, qual o percentual de negros? Não deveríamos questionar isso, uma vez que consumimos, por ano, mais de um trilhão de reais e até 2017 apenas 1% das campanhas publicitárias tinha uma negra como protagonista”, ressaltou Maria Gal, que vive a Gleice na trama do SBT.
A música teve especial papel em 2018. Projota viveu momentos ímpares como representante do rap. O cantor paulista, vencedor de rinhas e batalha do gênero no início da profissão, ascendeu. Assim como o mineiro Flavio Renegado, que juntou rap com música erudita, revolucionando. A Comunicação teve em Thiago Oliveira um merecedor de conquistas. O apresentador da TV Globo driblou a resistência e se consagrou na linha de frente do esporte da principal emissora do país. Executivo da revista RAÇA e CEO do Fórum Brasil Diverso, Maurício Pestana foi incansável em empreender e realizar. Jornalista, cartunista e escritor, Pestana esteve à frente de diversos projetos em prol da inclusão racial. Questão essa dominada com afinco na Bahia pela vereadora Ireuda Silva, dedicada ainda na luta pela mulher negra.
Saiba mais sobre cada um deles:
Conceição Evaristo
Embora o Brasil seja um país de maioria negra, com rica história de cultura negra e afrodescendente, na literatura há poucos autores negros. Escritora consagrada, militante, expoente nas conquistas da comunidade negra, a mineira Maria da Conceição Evaristo de Brito, de 72 anos, é unanimidade. De origem humilde, migrou para o Rio de Janeiro na década de 1970. Graduada em Letras pela UFRJ, trabalhou como professora da rede pública de ensino da capital fluminense.
É Mestre em Literatura Brasileira pela PUC do Rio de Janeiro, com a dissertação Literatura Negra: uma poética de nossa afrobrasilidade (1996), e Doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense, com a tese Poemas malungos, cânticos irmãos (2011), na qual estuda as obras poéticas dos afro-brasileiros Nei Lopes e Edimilson de Almeida Pereira em confronto com a do angolano Agostinho Neto.
Participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra em nosso país, estreou na literatura em 1990. “Se eu tivesse nascido numa família com mais condições financeiras, ou se eu fosse uma escritora branca, teria sido reconhecida há mais tempo? É uma carreira que se torna excepcional e isso retira o sujeito da sua condição de origem, da sua coletividade. Não existe só uma escritora negra. As mulheres negras estão aí produzindo não só na literatura, mas na educação, na religião, no cinema. Não admito ser vista como diferencial. Não deveria ser assim. Não sou uma autora negra ou uma autora de militância. Sou uma autora! Conheçam meus textos e não atentem somente à minha biografia. Quando se trata da literatura, a escrita negra não é acreditada.”
Em 2016, a autora apresentou sua candidatura à cadeira número sete da Academia Brasileira de Letras, gerando enorme campanha de apoio. Mas Cacá Diegues conquistou o lugar. A latente influência da questão racial na literatura de Conceição Evaristo emociona.
“Tudo que escrevo é profundamente marcado pela minha condição de mulher negra na sociedade brasileira. Procuro trazer no meu texto personagens, homens, mulheres, crianças, ambientes, posturas de vida, acontecimentos praticamente relacionados com a minha experiência enquanto mulher negra, nesse ambiente de corpos africanos escravizados no Brasil. Há toda uma herança histórica do povo negro presente no meu texto como memória, retomando alguns fatos, ou como acontecimentos do cotidiano.” O acesso à educação escolar fez toda a diferença na formação da escritora, graduada, mestre e doutora, criada na favela Pendura Saia. No carnaval de 2019, Evaristo terá sua vida contada na escola de samba carioca Acadêmicos da Abolição, com o enredo “A Escrevivência Abolicionista Em versos, Poemas e Contos”.
Thiago Oliveira
Dormir diariamente às 18h e despertar à meia-noite rumo à sede da Globo, em São Paulo. Esse é o ritmo de Thiago Oliveira, que às 4h exibe seu largo sorriso negro como titular de Esporte e no telejornal Hora 1. Cansaço? Nenhum, ele garante. Após a saída de Abel Neto para o Fox Sports e a transferência de Heraldo Pereira para a GloboNews, o paulista “rei da simpatia” é o único apresentador negro da Globo em rede nacional.
“Não me orgulha ser um dos poucos negros na tv. Carrego uma grande responsabilidade, não posso errar para não ouvir aquele irônico ‘também…’, Estou aqui para abrir portas, mostrar que todo mundo pode, assim como eu, Maju Coutinho, Heraldo e Abel”.
Ainda estudante na faculdade Anhembi Morumbi em 2002, Thiago Oliveira fez estágio na Rádio Cidade, apresentando o “Love Songs” e fazia leitura de cartas românticas. Foi na Rádio que passou a dominar o improviso e aprendeu a fazer entrevistas. Numa delas, com Sônia Abrão, acabou conquistando um emprego de produtor, quando a rádio acabou.
“Sempre fui perseverante. Sabia que a oportunidade chegaria no momento certo. tudo o que aprendi no rádio, onde tinha um salário de r$ 180 e passe de ônibus, levei para a tv.”
Após fazer figuração em comerciais e séries, Thiago foi aprovado num teste de TV. Prestes a assinar o contrato e provar ofigurino, o canal o ignorou. Foi então chamado pela Gazeta para apresentar o programa de vendas “Best Shop TV”, sua primeira oportunidade como apresentador. E não parou de ascender na profissão. Aos 34 anos, casado com a publicitária Yasmin Calil, Thiago Oliveira se orgulha de suas origens na Vila Verde, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. Filho de uma vendedora de cosméticos e de um comerciante da rua 25 de Março, ele se sente realizado como apresentador e revê com orgulho sua trajetória.
“Eu era o único negro da escola, mas nunca me preocupei com isso e sempre fui muito focado em dar orgulho aos meus pais e ter o que sempre sonhei. Eles não mediram esforços para fazer de mim e de meu irmão caçula cidadãos com uma educação de qualidade.”
Rachel Maia
“Sempre fui a única.” A frase de Rachel Maia costuma ser comum a muitos de nós, negros, que conseguimos galgar um passo à frente. Atualmente ocupando a cadeira de presidência numa empresa francesa global – a Lacoste – a executiva ressalta a dualidade de servir de referência.
“Tem os dois lados. você serve de modelo, exemplo, é uma abertura, uma mudança. As pessoas podem enxergar em você uma possibilidade. Mas estamos no século 21. Como assim, ainda sou a única? Precisamos normalizar uma situação mal associada neste momento. Não ocupamos cargos de presidência por quê? Queremos e podemos. Não temos outras, ao menos 20 pessoas, nesse ambiente, que reflitam a nossa realidade. O racismo institucional é uma herança cujos efeitos continuam a existir no nosso imaginário. imaginamos sempre uma pessoa branca quando falamos em liderança. Mas estamos vencendo sim, estamos nos inserindo sim.”
Rachel destaca o fato de, muitas vezes, as empresas não estarem
preparadas para receber um negro.
“O outro lado precisa entender que existe uma vaga pra ele também porque até ontem foi dito a ele que não podia… As empresas às vezes não estão prontas pra receber ou o negro
não está apto com a segunda ou a terceira língua, um MBA. O terceiro setor tem incentivado a etnia negra a sair da periferia e ocupar espaços.”
Vaidosa, simpática e muito sorridente, Rachel faz questão de ressaltar que o preconceito velado não deve jamais nos deixar abater.
“Todo negro aqui no Brasil passa por uma situação muitas vezes despercebida ao menos uma vez ao dia. o olhar diz tudo. Quando a pessoa pergunta pelo meu chefe e eu digo que eu sou a chefe, sou a líder… Dê o seu melhor e justifique por que você está ali. É fundamental ter pessoas que nos inspirem, olhar a forma do novo, perceber os ambientes, como tratar o feminismo, nada mais nada menos direito de ser tratado como gente. Se posicionar, não se omitir. Não dá mais pra ficar calada. Eu sou da periferia e isso me definiu como pessoa, me equilibrou. Percebi o que era necessário para o meu próximo passo. Morei um ano no Canadá com apenas uma refeição por dia. Era a minha escolha. Assim paguei meus estudos e saí de lá falando inglês. Sou sedenta por estudo.”
Flávio Renegado
Um garoto que escutava Racionais. Flávio de Abreu Lourenço sintetiza assim a sua carreira. Há dez anos na música, Flávio Renegado revolucionou o rap em 2018 sem perder sua essência do Alto Vera Cruz, onde nasceu.
“Aos 13 anos, quando escutei os racionais MCs eu decidi que queria fazer aquilo, o que eles cantavam era muito direto, as letras eram como a minha vida e eu queria cantar aquilo também. Mas foi através da capoeira, que pratiquei dos 11 aos 17 anos, que me conheci melhor e entendi meu papel na comunidade. Comecei a militar muito cedo na associação do bairro. Depois de um tempo fui convidado para ser diretor e batalhamos muito para ter o primeiro centro cultural de uma favela em BH. Ali fui me encontrando. Fundei em 1997 um grupo de rap muito relevante na cena local (o Negros da Unidade Consciente) e participei de outros projetos.”
Foi sua porta de entrada para os palcos, de onde não saiu mais. Com o sucesso da experiência musical, Renegado partiu para a carreira solo em 2006 e, dois anos depois lançava seu primeiro disco, “Do Oiapoque a Nova York”. Conhecido pelas misturas de diferentes ritmos, Flávio levou sua música para Cuba, França, Inglaterra, Espanha, Estocolmo, Amsterdã, Austrália e Estados Unidos, além de percorrer dezenas de cidades brasileiras, somando 148 shows em dois anos de tour.
“Continuo o mesmo menino de 10 anos atrás, querendo devorar o mundo e levar minha arte adiante. o projeto Suíte
Masai, em parceria com a orquestra ouro Preto, mistura o
rap e a música clássica, um sonho realizado.”
Ireuda Silva
Ireuda de Jesus Silva, baiana de Feira de Santana, tem uma história de vida que não difere de tantas outras mulheres. Mãe, guerreira e batalhadora que teve e ainda tem que enfrentar os desafios diários do preconceito pelo simples fato de ser mulher.
Até chegar onde chegou, provações e preconceito latente fizeram parte de sua vida, impulsionando ainda mais sua vontade de vencer.
Ireuda iniciou sua trajetória ministrando palestras motivadoras denominadas “Mulheres Notáveis” e coordenando a Programação da TV IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) onde segue comandando uma equipe há 15 anos.
Determinada a promover a motivação e autoestima da mulher, Ireuda Silva, ingressou na política. Usou sua voz firme, autoconfiança e boa retórica para lutar pela capacidade da mulher.
“É preciso ter respeito ao ser humano, sobretudo à mulher. temos que lutar e nos superar. Sempre gostei de ajudar as pessoas, oferecer oportunidades para mim é tão satisfatório quanto receber. É revoltante a falta de uma estrutura fundamentada na educação para o desenvolvimento necessário das nossas crianças e jovens. A educação é a base de tudo e a falta dela humilha, diminui a pessoa. Sou brasileira, e acredito sim que podemos mudar isto através de projetos sociais de base, com muita dedicação, súplica ao Deus vivo, sem esmorecer na caminhada.”
A vereadora é uma das poucas mulheres eleitas para o mandato em Salvador. Como mulher negra, aprendeu a lidar o racismo durante toda a vida e debate a questão em seu mandato. “Eu já fui discriminada em sala de aula. todos os alunos poderiam falar na sala de aula, mas se eu abrisse a boca em algum momento, ela dizia: ‘A ireuda conversa mais do que a negra do leite’. E o que é que os alunos faziam, os parceiros: ‘Ô negra do leite, ô negra do leite’”, lembra.
Recentemente a vereadora protocolou, na Câmara Municipal de Salvador (CMS), um projeto de lei que prevê a reserva de 5% das vagas de emprego, em licitações e em contratos diretos entre o poder público e empresas privadas, para mulheres assistidas pelo Centro de Referência de Atenção à Mulher Loreta Valadares e pela Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça da Bahia.
Maria Gal
Com experiência no teatro, onde começou como atriz em Salvador, cinema e televisão, Maria Gal está vivendo um de seus melhores momentos como Gleyse em “As Aventuras de Poliana”.
“Apesar das dificuldades, ela é uma mulher empoderada. A novela trata de dilemas atuais e atinge parte do público adulto também. É uma produção para a família e é a única na tv atual que destaca uma família de negros.”
Reprovada em um trabalho porque o diretor achou que o tom de sua pele não era comercial, a atriz criou a Maria Produtora, um empreendimento para driblar os obstáculos do racismo em projetos audiovisuais com foco em séries e filmes de protagonismo negro e feminino. “Os Souza” e “Carolina” são, respectivamente, os primeiros trabalhos desse foco, sendo o primeiro título com produção prevista para este ano. Maria Gal acredita em dias melhores.
“O mercado para a mulher negra melhorou, mas ainda estamos muito aquém do que deveria ser, já que vivemos numa sociedade na qual mais de 55% da população se autodeclara como negro. o desafio ainda é grande. Nas campanhas publicitárias em 2017, por exemplo, nós tínhamos apenas 1% das campanhas com mulheres negras. É de extrema importância que as empresas, de um modo geral, se deem conta que a diversidade é uma vantagem competitiva. Minha vontade de ser atriz começou ainda na infância. Comecei a fazer teatro em Salvador, e o que me motivou a ser atriz foi a vontade de contar histórias e a possibilidade de interpretar diferentes personagens. Cada personagem te leva para um universo e isso me fascina.”
Maurício Pestana
Multifacetado é a melhor definição deste paulista de 55 anos. Jornalista e publicitário por formação, cartunista, escritor e roteirista, com trabalhos publicados no Brasil e no exterior, ex-Secretário Municipal de Promoção de Igualdade Social de São Paulo (SMPIR), Pestana ainda exerce cargos de Diretor.
Executivo da revista RAÇA e CEO do Fórum Brasil Diverso. Sua obra extensa tem se destacado principalmente na luta pelos direitos humanos e cidadania plena das minorias
brasileiras. Seu trabalho inclui também cursos, workshops, oficinas e assessoria nas áreas de educação e diversidade para editoras, sindicatos, entidades governamentais e não
governamentais, tornando-o um dos mais importantes artistas iconográficos do país.
Autor e coautor de diversas exposições e publicações, recentemente lançou a coleção “Deuses e Lendas da África”, destinada ao público infantil.
Em sua trajetória, 2018 ficará marcado, entre outras conquistas, pelo êxito do Fórum Brasil Diverso.
“A inclusão de negros em cargos de liderança no mercado de trabalho teve um importante passo no Brasil Diverso. reunimos executivos e CEos de empresas nacionais e internacionais. Com o nível de liderança presente, ampliamos a visibilidade e a importância da implementação dessas iniciativas sociorraciais, dentro do mundo empresarial.”
Pestana destaca que o entendimento a partir de razões históricas, os negros chegaram hoje em desvantagens neste país, pressupõe que é papel do governo e da sociedade ajudar a reduzir esta situação.
“Algumas empresas começam a perceber essa falta. Mas há muito para ser realizado e alcançado no setor privado, principalmente com relação ao desenvolvimento do mercado de trabalho. o Brasil é o maior país negro fora da África. E o poder não é negro.”
Em novembro, uma nova edição do Fórum Brasil Diverso promete não apenas aquecer a discussão, como, principalmente, trazer à tona soluções palpáveis.
“Com sensibilidade, com pesquisas e com metas para mudar, vamos alterar esse cenário.”
Projota
É inegável dizer que 2018 foi o ano mais conturbado politicamente dos últimos tempos. E José Tiago Sabino Pereira não teve medo de mandar um recado, diretamente ao presidente. A música, “Sr. Presidente”, alçou Projota à lista dos cantores mais badalados do ano, reforçando a voz da periferia com rimas benfeitas e melodia envolvente. O rapper afirmou que a música não foi direcionada para o então presidente da República, Michel Temer, nem a nenhum político em especial.
“Trata-se de uma carta para o presidente do Brasil. A gente está sofrendo, está difícil a nossa situação. “Sr. Presidente” surgiu num bom momento, muita gente passou a ficar mais atenta. A música tem esse papel. Comecei a ouvir rap com 15 anos e nele me encontrei. Eu já tinha essa necessidade de reclamar, essa insatisfação dentro de mim.”
Criado pela avó materna e pelas tias, Projota perdeu a mãe, Dirce, vítima de AVC, quando tinha apenas sete anos. Veio dela sua vertente artística.
“Minha mãe foi atriz, escreveu peça de teatro. Era cantora e compositora também. Acho que
isso passou no sangue, foi hereditário.”
A fama conquistada o fez perceber mais explicitamente o preconceito racial fora do seu habitat.
“Comecei a crescer e a caminhar em lugares a que eu não ia antes, como o melhor shopping da cidade. Não pertencia àquele lugar, sentia o preconceito. Eu me sentia mal de ser o único negro andando no shopping, os outros estavam trabalhando em fast-food ou no estacionamento. Eu sofri muito preconceito racial na minha vida. As mulheres estão lutando, os homossexuais também, todos lutando pela igualdade.”
Agraciado com o prêmio MTV Awards, em 2018, Projota também fez as vezes de ator, em episódios da série “Carcereiros”, exibida na Globo, como Tuinho, um dos detentos do presídio em que trabalha o protagonista vivido por Rodrigo Lombardi.
“Fiz o teste e foi a primeira vez que brinquei de atuar na vida, mas gostei. “Vontade eu tinha, mas nunca tinha feito. Adoro teatro, cinema e assisto novela, mas fiquei com medo. Sou muito exigente comigo mesmo e, se não fosse bom, ia ficar muito chateado.”
Atualmente divulgando a música “A voz e o violão”, Projota é referência nacional, Projota se orgulha de inspirar jovens da periferia que acompanham sua carreira.
“O moleque da periferia acha que só vai ganhar dinheiro, só vai melhorar a vida da sua família, se for jogador de futebol ou ladrão. Eu nunca usei droga na minha vida. Aprendi em casa a ser educado, a conquistar o respeito, e não ir pela violência.”