A Tanzânia e o povo Massai
Conheça um pouco da história da Tanzânia e do povo Massai
TEXTO: Oswaldo Faustino | FOTO: Reprodução | Adaptação web: David Pereira
Assim como a Etiópia, a Tanzânia é “berço da humanidade”, pois ali foram encontradas as mais antigas pegadas humanas e fósseis, com algo em torno de dois milhões de anos. Lá floresceram povos de cultura Banto e civilizações bastante desenvolvidas no passado.
A Tanzânia de hoje, na África Oriental, é resultante da união dos antigos países Tanganica e Zanzibar. Fica numa região de extremos: em seu território continental montanhoso encontram-se tanto o pico mais alto do Continente Africano, o Monte Kilimanjaro (desafio de corajosos alpinistas), quanto os grandes lagos Vitória e Tanganica, respectivamente o maior e o mais profundo da África. E ao longo da costa, pontilham as grandes e pequenas ilhas do Arquipélago de Zanzibar.
Tanganica e Zanzibar, por sua vez, eram resultantes da junção de um grande número de povos falantes de mais de 100 idiomas e culturas diferentes. Desde a década de 1880, porém, o povo foi obrigado a falar o alemão, a língua do invasor, o mesmo que sediou a famosa Conferência de Berlim – entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885 –, onde as regiões africanas foram leiloadas entre potências europeias. Com a derrota desse país na Primeira Guerra Mundial, em 1919, os ingleses se apossaram daquela área, impondo à população seu idioma, até 1962, quando se conquistou a independência. Em 1964, aconteceu a união dos dois países e a língua oficial se tornou o Suahili.
Tanto no norte da Tanzânia, quanto no sul do Quênia, onde vive o povo Massai, cujos ancestrais seriam oriundos do Egito, a tradição tem escandalizado todos os que acreditam numa sociedade igualitária, em se tratando do relacionamento entre homens e mulheres: para eles, poderosos guerreiros e pastores, tudo; para elas, responsáveis pelos demais trabalhos que são considerados inferiores, nada.
Beijos, nem pensar! A única função da boca é a de comer e, por sinal, os homens só se alimentam em companhia de seus pares e não ingerem carne ou fruto que uma mulher tenha tocado. O único contato possível entre o homem massai com uma mulher de seu povo é com a finalidade de procriação, após o casamento, que acontece em meio a uma cerimônia com danças em grupos separados: as crianças, os guerreiros e as mulheres. O ritual se inicia com a circuncisão da noiva, cujo clitóris é extirpado pela anciã do grupo com uma lâmina super afiada. Isto, o povo acredita, garantirá filhos saudáveis e, de preferência, machos. Encontros internacionais de mulheres – volta e meia – denunciam esse costume, mas ainda não se conseguiu tomar nenhuma medida que devolva o sorriso às faces dessas mulheres massai.
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