A união da poesia com o funk

Os grupos Cooperifa, de São Paulo, e o Apafunk se uniram para celebrar a paz por meio da poesia e do funk

 

TEXTO: Cláudio Canto | FOTO: Divulgação | Adaptação web: David Pereira

A cooperifa faz convenções de poesia na periferia de São Paulo | FOTO: Divulgação

A cooperifa faz convenções de poesia na periferia de São Paulo | FOTO: Divulgação

O Sarau da Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa) – movimento cultural que há 12 anos faz de um boteco na periferia de São Paulo um palco de convenções da poesia – resolveu mudar de endereço por um dia. O local escolhido, não por coincidência, foi a Vila Ápia, que recentemente foi palco de grandes embates entre policiais, exército e traficantes de drogas. O convite para esta visita dos poetas paulistas surgiu por meio de MC Leonardo, ativista da Associação dos Amigos e Profissionais do Funk (Apafunk).

Com o apoio do Itaú Cultural, o pessoal da Cooperifa (num total de 44 pessoas, entre elas, 35 poetas, admiradores e organizadores) deslocou-se cerca de 400 quilômetros em um ônibus e dois carros. A ideia, segundo MC Leonardo, era celebrar a união do funk com a poesia. Impossível? Não para quem enxerga além dos preconceitos sociais. Na verdade, são duas expressões artísticas que têm um comum a mesma “arma”: a palavra.

E, falando em poesia, será que existe diferença entre versos e prosas da periferia de São Paulo com os do subúrbio carioca? Mesmo um observador mais contumaz, não invasão na ROCINHA saberia identificar algum tipo de rivalidade. Ali, todos pareciam irmãos, unidos em prol da arte maior. Para Sergio Vaz, idealizador da Cooperifa, as diferenças são quase nulas. “Somos unidos pelo amor, pela dor e pela cor” afirmou, emocionado. Na mesma ponta, MC Leonardo faz coro às palavras de Vaz. “São dois movimentos culturais criados à margem da sociedade, como o hip hop e o samba, todos vindo das mesmas raízes e que sofrem ou sofreram o mesmo tipo de preconceito.”

Morador do Morro do Vidigal, Carlos Moraes também viu grandes semelhanças. “Os poetas de cá uniram-se aos poetas de lá. E o que vimos foi o mesmo brilho no olhar, as mesmas clemências, a mesma sintonia, e a autoestima declamadas em cada poesia”, ressaltou.

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