Ana Maria Gonçalves incentiva mulheres negras
Ana Maria Gonçalves participou de diálogo com Paulina Chiziane, no último domingo (3/07), na Bienal do Internacional Livro. Evento segue até o próximo final de semana e recebe escritores e escritoras como Conceição Evaristo, Jeferson Tenório, entre outros.
Ao final de um longo debate promovido pelo Sesc sobre pontos de encontro, diferenças e estratégias de resiliência e superação do machismo, da discriminação e do racismo com a escritora moçambicana Paulina Chiziane, Ana Maria Gonçalves incentivou novas autoras, especialmente as mulheres negras, a vencerem o medo e compartilhar suas histórias.
“Dar voz a algo que muita gente sente, mas não tem a possibilidade e tempo de trabalhar em palavras, incentiva o não dito, inclusive das mulheres negras. Não tenha medo de transformar o seu particular em público. Muita gente vai reivindicar, com você, aquela verdade”, disse a escritora de “Um defeito de cor”.
Ana Maria Gonçalves comentou ainda que são histórias que ‘faltam’. Em outras palavras, narrativas que precisam ser contadas a partir da perspectiva e olhar de cada escritora, de cada mulher negra, em suas singularidades.
Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves
O romance publicado em 2006, “Um defeito de cor”, conta a história de uma mulher africana que viaja do continente africano para o Brasil em busca do filho perdido. São mais de 900 páginas que contam a história dessa mulher por uma longa travessia, encontros, desencontros, perdas, violências que ajudam a compreender fatos importantes da história do Brasil.
Ana Maria Gonçalves foi agraciada com o Prêmio Casa de las Américas, na categoria literatura brasileira, em 2007. O livro foi destacado como um dos mais importantes da literatura brasileira, reconhecido entre seus pares e por inúmeros leitores e leitoras.
A autora aproveitou a ocasião para informar que está previsto para os próximos meses, o lançamento de um novo livro.