As máscaras africanas

Conheça a história e saiba os significados das máscaras africanas

 

TEXTO: Priscila Gorzoni | FOTO: Divulgação | Adaptação web: David Pereira

Saiba os significados das máscaras africanas | FOTO: Divulgação

Saiba os significados das máscaras africanas | FOTO: Divulgação

A palavra Máscara tem origem no latim mascus ou masca = “fantasma”, ou no árabe maskharah = “palhaço”, “homem disfarçado”.

Principais funções de uma máscara são: disfarce, símbolo de  identificação, esconder revelando, transfiguração, representação de  espíritos da natureza, deuses, antepassados, seres sobrenaturais ou  rosto de animais, participação em rituais (muitas vezes presente, porém sem utilização prática), interação com dança ou movimento,  fundamental nas religiões animistas e mero adereço.

Uma das sociedades que mais se expressam simbolicamente através de suas expressões artísticas e tornou-se conhecida através de suas máscaras são as etnias africanas. Dentro da África encontram-se várias sociedades, onde cada uma possui traços específicos e particulares respeitando seu contexto cultural.

Dentro da arte africana, as esculturas são as expressões de maior destaque e mais conhecidas universalmente. Diferente da concepção artística ocidental, a arte africana possui um teor e um sentido mágico religioso.

Para os africanos, as esculturas são objetos rituais, comunicação com os deuses e uma maneira de se mostrar e distinguir-se das demais comunidades.

O continente africano é enorme e habitado por várias etnias, por isso apresenta diferenças Culturais, estéticas e religiosas de uma região para outra. Conseqüentemente, a máscara africana não tem traços homogêneos, cada comunidade possui seu próprio estilo artístico.

A maioria das máscaras é feita em madeira, afinal para os africanos a árvore é guardiã de poderes mágicos. O artista parte de um tronco cílindrico e vai afinando com o auxilio de suas ferramentas. A madeira escolhida deve ser verde e para que não rache, ele a carboniza jogando óleos de palmeira.

Além da madeira, outros materiais podem ser usados nas esculturas, como pedra, marfim, ouro, cobre e bronze.

Não é qualquer um que pode esculpir máscaras em uma sociedade africana. O artista não é um ser individual, pois através de suas mãos a coletividade fala. Cabe a ele o papel de interpretar os valores de todos e concretizar em sua obra.

 

Reprodução de máscara africana | FOTO: Divulgação

Reprodução de máscara africana | FOTO: Divulgação

Totalmente oposto a nossa a visão ocidental do artista, o escultor africano embora tenha uma posição de respeito e poder, deve ficar incógnito e passar por um processo de abstinência e purificação antes de iniciar a escultura. Pois confeccionar uma máscara é um ato sagrado, e quem o faz deve estar livre de todas as impurezas. Não importa quem é o artista, mas a mensagem social de que é portador.

Na maioria dos casos, o escultor pertence a uma família ou casta de artistas. Inclusive será ali que ele irá aprender o uso e os instrumentos para a atividade artística. No entanto, pode acontecer de algum jovem da aldeia se interessar pela arte, mesmo sem ser da família de artistas. Neste caso, ele começará como aprendiz, copiando os modelos do mestre para depois criar os seus próprios, sempre obedecendo ao estilo vigente.

A posição do escultor dentro de cada comunidade poderá variar, em algumas ele é visto antes do agricultor, em outras é inferior. Em alguns reinados, o artista torna-se um instrumento de ostentação do rei. Neste caso ele irá fazer obras onerosas para mostrar como aquele
rei é rico.

As várias estéticas da arte africana

Cada região da África tem seu estilo artístico e materiais diferenciados. Isso varia pelas diversas influências e Culturas que o continente sofreu durante a sua história. As mais antigas esculturas africanas foram encontradas no Norte da Nigéria, em uma mina nos arredores de Jos, a Cultura Nok (cabeças humanas de dois metros de altura em formato cilíndrico, com enfeites nas orelhas, lábios e pupilas feitas em terracota).

Apreciar uma escultura africana de qualquer uma destas sociedades é ler a história, ouvir a voz de uma coletividade ou antepassado da população. A própria peça fala por si, é um objeto de testemunho.
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