Baiana cria agência de intercâmbio para países da África
As pessoas costumam dizer que, às vezes, só é preciso um sinal para que a gente descubra nossa vocação. Para Sauanne Bispo, esse sinal veio através de uma professora da faculdade de estatística, curso em que é formada, que havia passado as férias na Disney e comentou sobre o programa de intercâmbio que possibilitava que brasileiros trabalhassem por lá. “Comecei a pesquisar, mas eu não tinha os requisitos, mesmo assim decidi que iria trabalhar de qualquer coisa nos EUA nas férias. Pesquisei em agências e consegui um trabalho no McDonald’s em Louisiana”, conta.
Essa foi a primeira das experiências que Sauanne teve com intercâmbio. Pelos países que passou, desempenhou diversas funções, desde trabalhar com alimentos e bebida em um navio na Europa até estagiar na Aficare – ONG de fomento ao desenvolvimento de países africanos da América do Norte.
Dos 26 países que já passou, ela só não pretende retornar à Rússia, onde sofreu racismo diariamente. “Na estação de metrô eu ficava encostada na parede por medo de alguém me empurrar nos trilhos”. Após um período na Índia, ela voltou determinada a abrir a própria agência.
Surgiu, assim, a Go Intercâmbio, que não existe mais, mas abriu caminho para a Go Diáspora, agência que tem como diferencial levar estudantes para países fora do eixo Estados Unidos-Europa e proporcionar uma vivência em países africanos e da Diáspora. “A intenção da gente não é segregação, pelo contrário, é inclusão. É fazer com que mais pessoas, principalmente negros, possam fazer intercâmbio e se identificar com outros lugares“, diz ela, que acredita estar em seu melhor momento profissional.