“Só ponho be-bop no meu samba, quando o Tio Sam pegar no tamborim.
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba. Quando ele entender que o
samba não é rumba. Aí, eu vou misturar, Miami com Copacabana, Chiclete eu
misturo com banana e o meu samba vai ficar assim…”. Precisa dizer mais
alguma coisa? É só ouvir, para entender porque esse músico, que era preto,
pobre e paraibano, portanto, nordestino, continua sendo um dos maiores
músicos brasileiros, apesar de lamentavelmente estar quase esquecido.
Sim, um músico brasileiro e dos melhores. Um nordestino na acepção da
palavra. Daqueles que poderiam ocupar o “hall da fama” de qualquer país que
respeitasse o seu povo e sua diversidade, seja ela racial, sexual ou cultural.
Nasceu pobre, num estado pobre de uma região pobre – o Nordeste brasileiro.
Mas era riquíssimo em talento, generosidade e sabedoria. Este era Jackson do
Pandeiro, que celebrará 100 anos de nascimento no dia 31 de agosto de 2019.