Cultura africana nas escolas
Professores e dirigentes buscam integrar a cultura africana nas escolas do Brasil
Texto: Oswaldo Faustino | Foto: João Meirelles | Adaptação Web Sara Loup
Oxaguian é o provedor, é o guerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganha suas lutas e supera quaisquer obstáculos.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha tomado posse, em seu primeiro mandato, dois dias antes, na quarta, e na sexta assinou a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e História da África.
Foi uma grita geral daqueles para os quais nossas crianças brasileiras devem ser educadas apenas com os conhecimentos eurocêntricos, os únicos saberes que têm validade para eles. Mas Oxaguiã estava atento e tomou essa demanda para si. Ainda hoje, 9 anos depois, ouvimos falar na necessidade de implementação da Lei 10.639/03, mas também nos emocionamos com infindáveis iniciativas culturais e artísticas de professores e dirigentes de escolas, Brasil afora, para enriquecer seus alunos com informações e reflexões e respeito à diversidade.
A principal queixa dos educadores, nos primeiros momentos, era a falta de material didático e outros que lhes servissem de apoio. Mas havia e, ao que já existia – e não lhes atraía a atenção , somaram-se e continuam se somando algumas centenas de impressionantes, ricas e belas obras. E o Bando de Teatro Olodum não podia ficar fora desta. Sob a direção de Chica Carelli, o grupo teatral negro baiano criou, em 2007, seu primeiro espetáculo infanto-juvenil, intitulado Áfricas, que conta lendas africanas de uma maneira lúdica, repleta de canto e dança.
Histórias, valores e costumes baseados na cultura ioruba. O espetáculo integra o projeto Outras Áfricas. Agora, graças a uma emenda parlamentar do deputado federal baiano Luiz Alberto – antigo militante do Movimento Negro Unificado – o Bando lançou um DVD da peça para ser distribuído em escolas da Bahia que se cadastram no site do Teatro Vila Velha.
O DVD vem acompanhado pelo texto da peça, que traz também um excelente material de apoio sobre a História da África em sala de aula.Mas são só escolas da Bahia? Pois é! O Bando precisa distribuir nacionalmente o DVD de Áfricas. As crianças do Brasil todo merecem conhecer essas histórias de nosso povo. E cabe ao MEC, à Seppir e demais órgãos afins, providenciar para que isso ocorra.
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