Djamila Ribeiro aciona a justiça contra ameaças na web

Uma mensagem ameaçadora enviada à filha de Djamila Ribeiro, no Twitter,no último domingo (26), levou a filósofa e escritora a registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. Na mensagem, o autor diz: “Nós sabemos onde sua mãe mora! Não tem arrego!”

Afirmando sempre receber “mensagens odiosas”, que nunca as “abalaram”, Djamila destacou que, desta vez, “trata-se da exploração econômica do racismo e da misoginia. Eu fiz boletim de ocorrência, pois é inadmissível que esse tipo de perseguição aconteça, agora direcionada a uma adolescente”, escreveu a filósofa.

Djamila foi alvo de críticas ao veicular um conteúdo comercial pago pela empresa de táxis 99 em um momento em que entregadores de aplicativos fazem greves por melhores condições de trabalho. Djamila afirmou, já ter manifestado apoio às paralisações dos entregadores.

Para ela, as ameaças são “um ataque irresponsável que pode colocar a vida de uma pessoa em risco”.

“Friso que respeito todas as identidades, mas ser negra é para além da cor da pele”, disse.

A escritora disse ainda que entraria com uma representação contra o Twitter no Ministério Público por propagar a difusão de notícias e mensagens que incentivam a propagação do ódio a mulheres negras.

“Já faz tempo falo sobre como o Twitter é uma rede tóxica para mulheres negras. Segundo pesquisa da Anistia Internacional, mulheres negras estão 84% mais propensas a receberem tweets problemáticos do que mulheres brancas. Segundo a tese de doutorado do PHD em Sociologia Luiz Valério Trindade, as mulheres pretas são as maiores vítimas de discurso de ódio nas redes sociais em geral e no Twitter, em particular”, escreveu Djamila nas redes sociais.

Por meio de nota, o Twitter diz saber que “ainda temos a avançar em nossos esforços para promover conversas cada vez mais saudáveis”, mas que tem “tomado uma série de medidas nos últimos anos para endereçar esse compromisso, incluindo a revisão de regras e políticas”.

Leia abaixo a íntegra da nota do Twitter:

“Sabemos que ainda temos a avançar em nossos esforços para promover conversas cada vez mais saudáveis no Twitter, e estamos abertos à colaboração de diferentes partes interessadas em nos dar sugestões de como fazer as pessoas se sentirem mais seguras em se expressar na plataforma.

Dito isso, é importante ressaltar que temos tomado uma série de medidas nos últimos anos para endereçar esse compromisso, incluindo a revisão de regras e políticas, como a de conduta de propagação do ódio; o aumento na detecção proativa, via tecnologia, de conteúdos potencialmente abusivos; e o lançamento de dezenas de recursos e funcionalidades para que as pessoas possam controlar sua experiência na plataforma, como a possibilidade de ocultar Tweets o experimento que limita quem pode responder a um Tweet, por exemplo.

“Além disso, por sua característica aberta e pública, em que diferentes perspectivas podem ser acessadas por todas as pessoas que usam a plataforma, o Twitter tem sido o lugar em que movimentos da sociedade, como por exemplo #VidasNegrasImportam, #ÉCoisaDePreto, #MeuExAbusivo e #MeuAmigoSecreto, nascem ou ganham visibilidade.”

 

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