Frederick Douglass
Conheça a história de superação de Frederick Douglass
Texto: Oswaldo Faustino | Foto: Divulgação | Adaptação web Sara Loup
Quando ouvimos pessoas se queixando de que não conseguem vencer na vida, por motivos como a sua origem africana, por viver na periferia de uma grande cidade, por ter pouca instrução ou pelas pressões dos preconceitos, vale lembrar que há centenas de exemplos de “vencedores”, seja no passado e no presente, para os quais nada disso foi impedimento.
Recentemente li um artigo sobre um escritor, orador e abolicionista afro-americano pouco conhecido no Brasil, Frederick Douglass (sobrenome de origem escocesa que significa “vindo das águas pretas”), cujo nome verdadeiro era Frederick Augustus Washington Bailey, nascido escravo, em 1818, na cidade de Easton, no estado da Marilândia, costa leste dos Estados Unidos, onde a escravidão só foi abolida em 1864. Nas três autobiografias que publicou, ele ressalta que nasceu numa cabana de escravos e que foi separado de sua mãe com semanas de vida para ser criado pelos avós. Não tinha mais que 6 anos, quando a avó o abandonou numa plantação pertencente a um senhor de escravos, que o deu para um parente, em Baltimore.
Apesar de ser ilegal ensinar os escravizados a ler e escrever, a mulher de seu “dono” o ensinava a ler, utilizando a Bíblia. Posteriormente, ele começou a dar sua comida para meninos brancos de seu bairro em troca de aulas de leitura e escrita. Escravo rebelde, muitas vezes enfrentou escravocratas com os punhos e se envolveu em inúmeras tentativas de fuga, até que, aos 20 anos, conseguiu entrar para a marinha mercante, conquistando a alforria. É bom lembrar que tanto nos EUA quanto no Brasil, marinheiros eram punidos com chibatadas, apesar de serem considerados “homens livres”.
Frederick casou e viveu com a família em Massachusetts. Criou um jornal que, além de lutar contra a escravidão, defendia os direitos das mulheres. Espécie de Abdias Nascimento de seu tempo, tornou-se um conselheiro de confiança do presidente Abraham Lincoln e conhecido internacionalmente pela intransigência na luta por aquilo que acreditava, razão pela qual recebeu vários títulos como o de “O Leão de Anacostia”. Fora dos EUA foi também ministro geral no Haiti, após a independência daquele país.
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