Homem negro é barrado em porta de banco e abaixa calça para mostrar cicatriz de prótese
O homem de 47 anos foi barrado cinco vezes após tentar passar pela porta giratória, mesmo avisando sobre a prótese, Marcelo Cabral teve que baixar as calças para mostrar cicatriz
No dia 10 de setembro, Marcelo Cabral, de 47 anos, foi a uma agência da Caixa Econômica Federal no bairro do Jucutuquara, em Vitória (ES). O homem negro, que havia feito uma cirurgia para implante de prótese de metal no quadril, tentou por cinco vezes entrar na agência, mas foi barrado, mesmo explicando que tinha colocado a prótese de metal. Ao perceber que não conseguiria acessar os serviços do banco, Cabral abaixou as calças para mostrar a cicatriz da cirurgia.
A esposa de Marcelo já estava dentro da agência e tentou explicar para os seguranças a situação do marido, mas mesmo assim, o casal não conseguiu acessar a área de atendimento do banco. O momento foi filmado pela companheira de Marcelo Cabral, que só conseguiu entrar na agência depois de receber autorização de um funcionário.
O autônomo está com a prótese há dois anos e afirma que essa foi a primeira vez que passou por esse tipo de constrangimento. No Facebook, Cabral relatou o caso, afirmando que perguntou ao guarda se o homem não estava acreditando que ele usava uma prótese e disse que poderia mostrar o local da cirurgia.
“Minha esposa já havia entrado no banco e tentava dialogar com eles sobre minha situação.
Mesmo assim, eles não a ouviram. Irritado, abaixei minha calça e mostrei em minhas nádegas o local da cirurgia. Passando um constrangimento absurdo pq naquele momento o banco estava cheio de clientes e todas inconformados com a atitude do segurança e, vendo minha dor pelo constrangimento.
Até agora não sei que tipo de vítima eu fui. Se de racismo, ou de qualquer outra situação criminosa. Só sei que foram momentos em que eu desejei matar uma pessoa de tanta raiva.”, relatou o autônomo.
Depois de entrar na agência, Marcelo afirmou que ninguém o procurou para acalmar a situação ou explicar sobre os procedimentos. O homem decidiu ligar para sua advogada e pretende mover um processo contra a empresa terceirizada responsável pela segurança da agência, contra o segurança e a Caixa Econômica. O vídeo gravado pela esposa integrará as provas do processo.
Em entrevista ao Uol, Marcelo Cabral afirma “Não tive dificuldade nenhuma de colher testemunhas presentes para participar do inquérito que vai ser aberto e da ação que vou jogar na Justiça”, contou.