Jovem Denuncia Casa Noturna na Zona Oeste de SP por Omissão em Caso de Racismo
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- fevereiro 16, 2024
Confusão começou quando Heloiza Helena Ribeiro Jesus foi chamada de ‘macaca’ pela agressora. Segundo Heloiza, gerente pediu que ela se retirasse do local, além de seguranças terem agredido as amigas.
Uma mulher de 34 anos acusa o Motirô Bar, uma casa noturna na Zona Oeste de São Paulo, de omissão após ter sofrido racismo no local no dia 3 de fevereiro. Ainda segundo ela, duas amigas teriam sido agredidas por seguranças do local.
A advogada Heloiza Helena Ribeiro Jesus estava em um camarote com um grupo de amigos, quando uma outra menina tentou entrar no local e, ao ser impedida por Heloiza, a mulher começou a xingá-la. A advogada conta que foi chamada de “macaca”.
“Depois das agressões verbais, ela procurou um segurança e disse que eu tinha dado um soco nela, nisso outro segurança veio me dizer que estava tudo bem e que caso chegasse uma nova pessoa no camarote, ele ia pedir para se retirar. No meio de tudo isso, a mulher voltou com duas amigas e tentou me bater, entrei na área do camarote e me sentei e vários seguranças da casa vieram e me cercaram para me retirar do local”, informou Heloiza.
Heloiza conta que três amigos pediram para os seguranças se afastarem, o que ocorreu, mas o gerente do local apareceu e pediu que eles se retirassem da casa noturna.
“Quando a gente foi sair, a agressora tentou me bater de novo e proferiu inúmeras injúrias raciais contra a mim, tudo que eles fizeram foi compactuar com a menina e não me auxiliar enquanto vítima. Um dos seguranças chegou a me segurar pelo braço quando isso aconteceu. Um outro segurou a minha amiga e um terceiro deu um mata-leão na minha outra amiga”.
O grupo saiu da casa noturna e foi até 14º Distrito Policial de Pinheiros registrar a ocorrência de racismo contra as agressoras e depois fez um boletim online contra o Motirô Bar.
Segundo o boletim de ocorrência, uma das amigas de Heloiza, teria sido mordida na perna pela agressora. A vítima também pediu que a casa liberasse as imagens de câmeras de segurança da noite da confusão, mas o local negou.
“No dia, a casa noturna não prestou nenhum auxílio, depois eu postei um vídeo em uma rede social e eles vieram me procurar para conversar, mas eu me recusei e disse que eles precisavam conversar com a minha advogada”, afirma Heloiza.
O Motirô Bar disse, em nota, que as duas foram expulsas do estabelecimento após o gerente do local ver nas câmeras de segurança as mulheres se agredindo. Os responsáveis pela casa noturna afirmaram ainda que não identificaram violência na abordagem dos seguranças e do gerente no atendimento à Heloísa. (Confira a nota na íntegra no fim da matéria)
Em nota, a Secretaria ae Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que “a Polícia Civil informa que o caso mencionado na reportagem está sob investigação no 15° DP (Itaim Bibi). A equipe da unidade está realizando diligências para esclarecer os fatos”.
Disse ainda que “além do caso citado, há outras duas ocorrências registradas como lesão corporal. Por se tratar de um crime de ação condicionada à representação, as vítimas foram orientadas quanto ao prazo para representação criminal, porém, até o momento, não ocorreu. A equipe permanece à disposição”.
Nota Motirô
O MOTIRÔ esclarece que as imagens do sistema de segurança já foram entregues às autoridades e que colabora com a investigação do caso. A empresa esclarece também que as duas clientes foram convidadas a se retirar do estabelecimento após o gerente da casa constatar, por meio do sistema de câmeras, a troca de agressões físicas entre elas. O MOTIRÔ reforça que não tolera nenhuma forma de discriminação e informa que não identificou nenhum tipo de violência na abordagem dos seguranças e do gerente, que prestou atendimento e acompanhou a Sra. Heloisa até a viatura estacionada na rua do estabelecimento. Por fim, a empresa lamenta o ocorrido e informa orientou as duas clientes a registrarem o caso na delegacia.
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