Leilão de jovens negros na Líbia! O real cenário do mercado de seres humanos
Financiado pela Europa, escravos são negociados ao ar livre. Prática fortalece o tráfico de pessoas na África
Para quem achava que a escravidão tinha sido extinta no mundo, não imagina a realidade de jovens negros na rota migratória da Europa. Na Líbia, é comum africanos serem sequestrados, surrados e vendidos em leilões como escravos. Já houve denúncias dessa prática no país muitas vezes, porém nenhuma providência ainda foi tomada. Um verdadeiro mercado de seres humanos agora está sendo mundialmente apresentado e causando indignação.
A questão do tráfico humano e do comércio de escravos na Líbia ganhou repercussão internacional após uma investigação jornalística da CNN, onde se divulgam imagens de um aparente leilão de homens a compradores libaneses para depois servirem de mão-de-obra geralmente na agricultura.
“Alguém precisa de um escavador? Este é um escavador, um homem forte e grande”, diz o anunciante pelo leilão de seres humanos. Em poucos minutos, uma dezena de pessoas imigrantes foi vendida como “mercadoria”, equivalente a 1,5 mil reais.
Segundo a CNN, há leilões em pelo menos nove cidades líbias. A prática foi denunciada pela Organização Internacional para Migrações, da ONU, em um relatório publicado em abril, baseado em relatos de sobreviventes. Segundo o órgão, os leilões de pessoas são tão comuns que estariam sendo realizados ao ar livre.
Infelizmente, as autoridades da Líbia passaram a fortalecer o combate ao tráfico de seres humanos. Fazem isso para melhorar as relações com a Europa, cujas companhias se interessam em investir no país africano, especialmente no rico setor de petróleo. De forma geral, o combate ao tráfico acontece simplesmente porque ele é financiado pela Europa.
Jogadores, artistas, intelectuais e governantes reagem ao pesadelo vivido por centenas de pessoas na Líbia. O secretário-geral das Nações Unidas não descarta a possibilidade de processar os responsáveis por estes crimes contra a humanidade.