Líder da Ku Klux Klan ameaça queimar jornalista negra durante entrevista
Ilia Calderón, que nasceu na Colômbia e trabalha nos EUA no canal Univision, foi alvo de insultos: ‘Mongoloide’. Emissora vai exibir o vídeo do encontro neste domingo (20).
Um líder da Ku Klux Klan (KKK) ameaçou queimar uma jornalista negra durante uma entrevista nos Estados Unidos, informou na segunda-feira (14) a Univision. A emissora de TV americana, que transmite sua programação em castelhano, vai exibir a gravação na noite deste domingo (20).
O episódio envolveu Chris Barker, descrito como “grande mago” do grupo supremacista Loyal White Knights (LWK), um braço da KKK, e a jornalista colombiana Ilia Calderón, apresentadora do canal.
De acordo com a Univision, a entrevista foi gravada em 24 de julho, ou seja, antes do confronto entre supremacistas brancos e antiextremistas em Charlottesville. Lá, no último final de semana, um homem atropelou manifestantes contrários aos supremacistas, matando uma mulher e deixando pelo menos 19 feridos.
A entrevista aconteceu na casa de Barker, que fica na Carolina do Norte. Embora a emissora tenha informado anteriormente o entrevistado de que se tratava de uma jornalista hispânica e “de cor”, ele estava esperando na verdade uma mulher de pele clara.
O encontro é descrito, então, como “um tenso cara a cara, marcado por momentos de extrema violência verbal por parte de Barker”. Ele teria xingado a jornalista e depois ameçado queimá-la.
“Ódio, raiva, um pouco de desconforto também, não imaginavam quem eu era, como eu era, a primeira coisa que me disseram foi que eu que eu era a primeira pessoa negra que pisava na propriedade”, afirmou posteriormente Calderón.
“Eu sabia que iriam me insultar. Eu sabia que iriam me tratar mal, mas nunca imaginei que fosse ser naquele nível.”
Dirigindo-se à jornalista, Barker disse: “Me enoja ter visto você, e a todos de seu tipo que vejo a cada dia… Para mim, você é mongoloide”.
Durante a entrevista, Barker e outros supremacistas colocaram fogo em uma cruz, ritual comum nas reuniões da KKK.
“Senti muito medo pela minha segurança e pela segurança de toda a minha equipe”, afirmou Calderón.