Magazine Luiza quer negros em cargos de liderança

Sempre muito visionária, engajada de fato com causas sociais, direitos humanos e questões raciais, a empresária Luiza Trajano, CEO da rede Magazine Luiza, decidiu colocar apenas negros no próximo programa de trainees, em 2021.

Luiza Trajano participou do primeiro Fórum Brasil Diverso, onde despertou para as questões raciais. Assim como a Magazine Luiza, empresas como a Ambev e a L’Oreal têm se voltado para a inclusão de negros em seus quadros, visando lideranças.

O assunto toou conta das redes sociais no final de semana e a maciça maioria dos internautas apoiou e elogiou a medida. A deputada federal Benedita da Silva (PT) destacou que a Magalu tem 53% de pretos e pardos em seu quadro de funcionários, mas apenas 16% deles em cargos de liderança.

Pai adotivo de duas crianças negras, o ator Bruno Gagliasso se posicionou. Ele chamou os “irmãos brancos para uma conversa” e afirmou que o racismo estrutural é “um monstro que a sociedade inventou lá atrás e até hoje deixa correr solto por aí”. “É triste, mas nossa sociedade é feita todinha em cima disso (…) Nós, os brancos de hoje, ainda nos beneficiamos desse método”.

“Até o início do século passado, essas pessoas eram proibidas de ter educação, possuir coisas, ter suas culturas respeitadas… E a gente aqui em 2020 precisa olhar pra isso com autocrítica e, principalmente, ação (…) Eu sei que todo mundo passa por dificuldades, mas, muitas vezes, essa dificuldade é maior por conta da cor de pele.”

Em conversa com o CEO da revista RAÇA Brasil, Maurício Pestana, Luiza Trajano destacou que a empresa segue firme no propósito para 2021, disposta a trazer mais diversidade racial para os cargos de liderança.

“A gente sabe que pra fazer coisas novas e quebrar paradigmas é assim mesmo”, disse.

Uma minoria branca acusa a empresa de racismo reverso. O vice-líder do governo na Câmara, deputado Carlos Jordy, diz que entrará com representação no Ministério Público contra a empresa para que seja apurado crime de racismo.  Até mesmo o Presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, faz coro às acusações de racismo.

 

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