Maio do trabalho e do racismo?

Estudo Oldiversity® aponta que 69% de pessoas pretas já sofreram algum tipo de discriminação e 44% já foram vítimas de discriminação racial no trabalho

O mês de maio começa já com a lembrança Dia Internacional do Trabalho, data que historicamente celebra as conquistas e debate os desafios dos trabalhadores e trabalhadoras ao redor do mundo. Entretanto, sabemos que a realidade brasileira traz diferentes desafios para negros e negras em diversos sentidos. E isso não é uma “questão de opinião”, afinal,  estatísticas relacionadas ao racismo no mercado de trabalho no Brasil são alarmantes, revelando uma realidade que demanda urgente atenção e mudanças efetivas.

Dados obtidos com exclusividade da terceira edição do estudo Oldiversity®, realizado pelo Grupo Croma, revelam que 73% dos pesquisados acreditam que as empresas têm preconceito na hora de contratar pessoas pretas.

Se por um lado temos os dados do PNAD apontando que 47% dos brasileiros se declaram pardos e 9,1% se declaram pretos, formando a maioria da população, por outro 22% dos entrevistados admitem que têm atitudes consideradas racistas, evidenciando a existência de preconceitos arraigados na sociedade.

Esse comportamento baseado em “piadinhas” e comentários racistas extrapolam o ambiente social, e está mais presente no corporativo e nas redes sociais do que normalmente pensamos. Outro dado alarmante que o estudo aponta é que mensagens com ameaças de morte também têm sido cada vez mais frequentes relacionados à questão de raça, demonstrando a gravidade e a urgência em combater o racismo em todas as esferas da sociedade.

No país em que “há racismo mas não há racista”, pelo menos 6% dos respondentes afirmaram achar estranho serem atendidos por pessoas pretas, um aumento em relação à edição anterior do estudo. No entanto, apesar desses números preocupantes, 52% dos entrevistados acreditam que o combate ao preconceito racial vai melhorar no atual governo, demonstrando um certo otimismo em relação às políticas e ações futuras.