Médico que filmou caseiro negro acorrentado é indiciado por racismo na cidade de Goiás
Indiciado disse à época do crime que vídeo foi uma ‘zoeira’. Delegado explicou que ele cometeu ‘racismo recreativo’, quando uma pessoa faz uma brincadeira ou piada racista
Com informações do G1 – O médico Márcio Antônio Souza Júnior foi indiciado, nesta segunda-feira (14), por racismo. Ele responde pelo crime porque gravou um caseiro negro acorrentado pelos pés, mãos e pescoço, em uma fazenda na cidade de Goiás, e ainda diz no vídeo que o funcionário vai “ficar na senzala” por não estudar.
À época do crime, o médico disse que tudo não passava de uma encenação, uma “zoeira” entre os dois. O g1 tentou contato com o médico, por telefone, entre 12h50 e 13h05, mas as ligações não foram completadas.
O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), desde o início da divulgação do vídeo, não se manifesta sobre o caso.
O delegado Joaquim Adorno, responsável pelo caso, disse que a conduta do médico foi de “racismo recreativo”.
Segundo o delegado, o indiciado responde em liberdade e não cabe prisão no momento. Também de acordo com ele, a pena para quem é condenado por este crime é de dois a cinco anos de prisão.
O médico Márcio Antônio Souza Júnior postou um vídeo nas redes sociais em que pede desculpas pelo que chamou de “zoeira” e “encenação”. O inquérito com a denúncia será encaminhado pela Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), em Goiânia.
Conhecido como Doutor Marcim na cidade de Goiás, antiga capital do estado, o médico gravou um funcionário ‘acorrentado’ enquanto diz: “Aí, ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala”.
O funcionário que aparece acorrentado trabalha na fazenda do médico há três meses e, em depoimento, alegou que tudo não passou de uma brincadeira. O homem de 37 anos compareceu à delegacia acompanhado de um defensor público.