Morre o intelectual e historiador Jaime Sodré

Referência na defesa da cultura negra no país, o historiador, escritor e professor Jaime Santana Sodré Pereira, doutor em História da Cultura Negra, morreu em Salvador na tarde desta quinta-feira (06), aos 73 anos, de causa não divulgada.

Graduado em Licenciatura e Desenho pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), ele era professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), antigo Cefet. O educador também possuía mestrado em Teoria e História da Arte, e desenvolveu um trabalho sobre a influência da religião afro-brasileira na obra do artista plástico e também escritor Mestre Didi.

Sodré publicou diversos artigos sobre a Cultura Negra, como a antologia “Literatura e Afrodescendência no Brasil”, além do livro “Da Diabolização à Divinização: a Criação do Senso Comum”, publicado pela editora Edufba.

Durante toda a sua carreira acadêmica, ganhou diversos prêmios, como o troféu Caboclo da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (2005) e o 2º lugar no Prêmio Funarte (2003), além de homenagens como a medalha Zumbi dos Palmares, da Câmara Municipal de Salvador.

Sodré também fez parte do Conselho do Olodum, entre o final da década de 1990 e o ano 2000. Em 2012 ele participou da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), na mesa “A Diáspora e Seu Avesso”,

“A Bahia e o Brasil perdem um dos maiores defensores e arquitetos da cultura negra . Um homem que defendia as raízes e era, acima de tudo, um intelectual generoso. Tinha profundo respeito e admiração por ele”, destaca Maurício Pestana, CEO da revista RAÇA, amigo pessoal de Jaime.

O corpo dele será sepultado no Cemitério do Campo Santo, na sexta-feira (07). Ele era viúvo e deixa dois filhos.

 

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