O legado da Copa do Mundo na África do Sul

Veja qual o legado do maior evento futebolístico do planeta na África do Sul

 

TEXTO: Ana Carolina | FOTO: Shutterstock | Adaptação web: David Pereira

Estádio Cidade do Cabo, na África do Sul | FOTO: Shutterstock

Estádio Cidade do Cabo, na África do Sul | FOTO: Shutterstock

A África do Sul sediou a Copa do Mundo de Futebol no ano de 2010, confira o legado do evento:

Em um país onde mais de 40% das pessoas vivem com menos de US$ 2 ao dia, a Copa do Mundo deixou aos sul-africanos um legado de elefantes brancos: dez magníficos estádios de futebol, porém inúteis, criados apenas para o evento. Assim como no Brasil, na África do Sul o governo bancou a maior parte dos investimentos para a realização do torneio. Segundo dados oficiais, os gastos públicos chegaram a cerca de R$ 10 bilhões, incluindo apenas investimentos do governo federal. Prefeituras e governos das províncias investiram quase metade desse valor em obras de estádios e estruturas temporárias para a Copa.

A expectativa do governo na época era de que o torneio representaria um acréscimo de 3% no PIB (Produto Interno Bruto) do país. Segundo o diretor da Human Sciences Research Council, Udesh Pillay, um dos principais institutos de pesquisa da África do Sul, a meta não se confirmou. “O acréscimo no PIB foi de no máximo 0,3%, o que está longe de ser um valor significante pelos gastos feitos”, afirmou Pillay.

A FIFA, no entanto, só teve motivos para comemorar, pois viu o seu lucro com o Mundial de 2010 aumentar 48% em comparação com o torneio de 2006, na Alemanha. Na África do Sul, foram arrecadados R$ 8,9 bilhões. Descontadas as despesas, o lucro final foi de R$ 4,9 bilhões. Sediar o torneio pode não ter aumentado significativamente o PIB do país, mas deixou construções grandiosas espalhadas pelo território sul-africano. É difícil encontrar em qualquer lugar do mundo um estádio de futebol mais bonito que o da Cidade do Cabo. Erguido a um custo superior a 1 bilhão de reais, ele passa boa parte do ano absolutamente vazio e sem uso. Como a liga de futebol local não costuma atrair grandes públicos, seu aluguel fica caro demais para as equipes da cidade (Ajax Cape Town e Santos). Sobram para a arena alguns amistosos da seleção sul-africana e os shows de artistas internacionais.

Mas é preciso ressaltar que a oportunidade de sediar o Mundial de 2010 também trouxe mudanças positivas para a África do Sul. Segundo Danny Jordaan, presidente da Associação Sul-africana de Futebol, a construção de arenas para os jogos gerou 66 mil empregos e US$ 750 milhões em rendimentos. Outro investimento, em transportes,totalizado em quase US$ 1,7 bilhão, também melhorou o ambiente do país, com aeroportos, portos, estradas e ferrovias. Planos de investimento também nasceram após a Copa do Mundo. Em 2013, um novo investimento de US$ 83 bilhões foi anunciado para infraestrutura. O ambicioso Plano Nacional de Infraestrutura introduziu o controle nacional e central da construção de represas, estradas, pontes, usinas, escolas, hospitais, duas novas universidades e outras construções que têm um impacto real nas vidas de aproximadamente 19 milhões de pessoas.

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