Revista Raça Brasil

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Os 63 anos do clube negro mais representativo do país

Na década de 60 do século passado, um grupo de homens negros de vários segmentos profissionais, atentos e inspirados nos grandes movimentos contra o preconceito racial que aconteciam nos EUA, fundaram o Aristocrata Clube, como resposta às negativas dos clubes existentes na utilização das suas piscinas. Naquela época, assessorados pelas suas esposas e “batendo às portas” para captação de recursos, construíram uma sede social e um clube de campo com piscina.

Reconhecido internacionalmente pelo ineditismo, nos tempos áureos, pelos palcos do clube transitaram artistas negros como Sarah Vaughan, Ray Charles, Josephine Baker, trazidos pelo cantor e fundador Agostinho dos Santos, oportunizando notoriedade ao clube, assim como, Wilson Simonal, Elizete Cardoso, Jamelão, dentre outros artistas nacional, que também abraçaram a causa.

Tempos de glória, erros e acertos coroaram sua trajetória.

Hoje, século XXI, nossa comunidade compõe 55.5% da população que consome e faz este País crescer. O reconhecimento do Estado em nos apresentar dados estatísticos não os obriga a nos tratar de maneira a enxergarem as nossas necessidades, bem como a nos representar de modo significativo nos espaços de poder. 

Hoje, século XXI, nossa comunidade tem à frente da formação das suas famílias a mulher negra que é a base da pirâmide social, tendo como impedimento à ascender economicamente os preconceitos de gênero e de raça.

Hoje, século XXI, nosso clube liderado, na sua maioria, por mulheres profissionais atuantes em diversas áreas, segue resistindo, trabalhando pelo fortalecimento dos valores que nortearam os passos dos nossos ancestrais: liberdade para irmos, virmos e estarmos onde julgarmos seja necessário; igualdade nos deveres e direitos que compete à sociedade garantir a todo cidadão; equidade para que possamos usufruir das oportunidades que surjam nos âmbitos social, econômico e cultural e disponibilizamos nosso “palco” no sentido de agregar à realidade dos nossos pares CONHECIMENTO, porque entendemos que a falta dele seja o maior responsável pela nossa separação.  Martha de Oliveira Braga, mulher, negra, 71 anos, há 5 gestões com a “batuta” na mão à frente da administração, contribui para que o clube permaneça protagonizando neste cenário onde as desigualdades insistem em prevalecer.

Dia 07/03/2024, a Associação Aristocrata Clube, celebrará seus 63 anos de resistência, com um coquetel aos sócios e simpatizantes de ontem e de sempre, oportunidade em apresentará o projeto “Aristocrata Novos Caminhos” e homenageará com o título de Sócia Benemérita, a sra. Dinei Assumpção dos Santos e de Sócia Honorária à Secretária Municipal da Cultura, srta. Aline Torres.

by Lucila Helena Oliveira   

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