Pedras de crack eram utilizadas como pagamento à trabalhadores de pedreira clandestina no RS

Os homens disseram que não têm carteira assinada e que recebiam R$ 100 por dia por uma jornada de nove horas de trabalho. Mas a polícia suspeita dessa versão e acredita que o pagamento era feito em pedras de crack.

A polícia do Rio Grande do Sul resgatou trabalhadores que recebiam drogas como pagamento.

A polícia chegou à pedreira depois de quatro meses de investigações. Os três homens resgatados dormiam em um barraco com os colchões espalhados em meio a entulhos e sujeira.

“Aqui fica bem demonstrado um alojamento de um pessoal que trabalha aqui em uma condição análoga a escravo, com infração de legislação sanitária, trabalhista, previdenciária, tributária, criminal, ambiental, porque a pedreira também funciona de forma irregular”, diz o delegado Valeriano Garcia Neto.
A pedreira clandestina fica em Taquara, a 70 quilômetros de Porto Alegre.

Como é o teu trabalho aqui?
“Cara, quando eu venho aí trabalhar, eu venho fazer alguma, carregar, cortar uma pedra e ir para pedreira, né. E a gente carrega também o caminhão. Eu escolho ficar aqui”, diz um trabalhador da pedreira clandestina.

Os homens disseram que não têm carteira assinada e que recebiam R$ 100 por dia por uma jornada de nove horas de trabalho. Mas a polícia suspeita dessa versão e acredita que o pagamento era feito em pedras de crack.

A investigação teve acesso a mensagens de celular trocadas por um dos responsáveis pela pedreira.

“Os guris estão perguntando se tu já vai vim, que eles estão só pelas vitaminas”, diz um suspeito. “Não, não é para dar bagulho para ninguém. Eu já deixei bagulho para eles carregarem os caminhões”, responde outro suspeito.
Vitamina e bagulho, segundo a polícia, são pedras de crack.

“É desumano e impressionante como eles se submetem a essas condições, como são os submetidos pelo responsável também. É uma condição extrema dessa aqui”, diz Valeriano Garcia Neto.
Os policiais prenderam seis suspeitos que podem responder por redução à condição análoga à escravidão e tráfico de drogas. Segundo a polícia, dois bandidos participavam do esquema de dentro da cadeia.

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