Pode me chamar de Fernando, de Wesley Barbosa

O lançamento está marcado para este sábado (01/07) na Ria Livraria, em São Paulo. É o quinto livro do autor e o primeiro que chega nas vitrinas das livrarias

Em seu quinto livro, só agora publicado por meio de uma editora comercial, o autor, que sempre publicou por editoras independentes, comentou que vendeu sozinho mais de 10 mil exemplares de suas outras publicações. Mas, após conhecer duas editoras na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) no ano passado, começou uma conversa que agora pode lhe render a oportunidade de ter seus livros nas vitrinas das livrarias. 

“Pelas minhas redes já consigo fazer com que meus livros cheguem em todo o território nacional. Até mesmo para brasileiros no exterior. Já são mais de dez mil leitores. Para alguns pode parecer um número pouco expressivo, mas para mim, que vendi os livros sozinho, é uma bela vitória. Agora com a editora Numa, espero que o meu trabalho tenha um pouco mais de alcance.

Em, Pode me chamar de Fernando, Wesley Barbosa faz uma reflexão profunda sobre como as experiências de vida podem impactar a formação de um indivíduo, destacando a relevância das vivências pessoais na construção da identidade. 

A narrativa conduz o leitor/a a descobrir como as memórias moldaram a identidade do protagonista e despertaram sua paixão pela escrita como uma ferramenta poderosa e descomplicada para superar desafios e encontrar autenticidade. É um convite à reflexão sobre a importância das vivências pessoais na construção de identidade e encontrar significado em jornadas.

Sobre o autor

Crédito da foto: Divulgação/Marcio Martins

Nascido em 1990 em Itapecerica da Serra (SP), Wesley Barbosa é um escritor multifacetado. Embora tenha concluído o ensino médio, sua jornada profissional começou na adolescência, envolvendo-se em diversas atividades, inclusive como vendedor ambulante. 

Foi nessa época que Wesley Barbosa começou a colher material para sua obra “O diabo na mesa dos fundos” (contos), que foi publicada em 2015, de forma independente. 

Desde então, ele continuou a escrever e publicar, por conta própria, outros 

trabalhos, incluindo “Parágrafos Fúnebres” (2020), um relato impactante sobre um homem em cárcere durante a pandemia do coronavírus, e “Relato de um desgraçado sem endereço fixo” (2021).

Em 2022, Wesley Barbosa lançou seu romance de estreia, intitulado “Viela Ensanguentada”, cativando os leitores com sua narrativa envolvente e atmosfera intensa.  Agora, com “Pode me chamar de Fernando”, Wesley Barbosa apresenta seu primeiro título pela NUMA editora, proporcionando aos leitores uma nova experiência literária.

Sobre o lançamento

Data: sábado 01/07

Horário: 17h30

Local: Ria Livraria. Rua Marinho Falcão, 58. Próx. Metrô Vila Madalena. São Paulo SP. 


LANÇAMENTOS

Toda fúria, de Tom Farias

Sob o verniz da Cidade Maravilhosa, milhares de vidas se cruzam de forma trágica e cruel. Os cartões-postais que seduzem nativos e estrangeiros também são palco de violentas disputas envolvendo atores já cotidianos à sociedade carioca, dentre policiais, milicianos, lideranças corruptas e membros do crime organizado. À mercê dos grandes atos de terror motivados por dinheiro e poder está a população, em especial das comunidades e favelas, em sua maioria negra, pobre e periférica, condenada a pagar com o próprio sangue – vítima de fuzilamentos, autos de resistência ou balas perdidas – por uma guerra que não lhe oferece nada em troca.

Caniço é mais um dos jovens cooptados por um sistema que o sentencia à marginalidade. Sem pai ou mãe que o criassem, é desde cedo cria das ruas, sua escola de formação, que o ensina a sobreviver em um mundo que nunca o quis vivo. Inteligente e carismático, seu espírito de liderança e seu desprezo pelo perigo logo chamam a atenção de líderes corruptos, que o exploram em benefício próprio, e de chefes do tráfico, que lhe oferecem a oportunidade de se fazer no crime. Seja qual for o caminho escolhido por Caniço, o resultado é o mesmo: uma juventude perdida, extorquida, lançada à violência do sistema e da criminalidade.

Toda fúria é um relato cru e brutal que nos transporta à realidade feroz das ruas do Rio de Janeiro, lançando luz sobre questões fundamentais da negritude e de vidas periféricas e destrinchando um mundo de crimes no qual não impera a justiça, mas a lei do mais forte.

Segundo Paulo Scott, autor de Marrom e amarelo, que assina a orelha deste livro: “Tenho certeza de que estamos, aqui, diante de uma história que nos faz leitoras e leitores diferentes, melhores, quando chegamos ao seu final”.

A descoberta do frio, de Oswaldo de Camargo

A descoberta do frio
A descoberta do frio

A Companhia das Letras acaba de reeditar o clássico da literatura afro-brasileira, publicado originalmente em 1978, “A descoberta do frio”, de Oswaldo de Camargo. Como pano de fundo para uma discussão densa sobre racismo, o autor usa um frio que assola apenas negros. Um sopro gélido que fez um número incalculável deles desaparecer. 

A provocadora novela relata o surgimento de um frio — algo absurdo, algo inimaginável sob o calor de setembro — que faz um número incalculável de negros desaparecer e no qual ninguém acredita. Cabe a Zé Antunes, protagonista da história, tentar convencer as pessoas da cidade de sua existência. Tudo o que consegue, porém, é a indiferença, palavra-chave para esta narrativa.

A descoberta do frio é um registro que extrapola a ficção para eternizar poetas, jornalistas, ativistas de imensurável valor histórico para o movimento negro, além de uma intimação aos leitores para pensar a questão racial no Brasil. Como afirma o sociólogo Clóvis Moura no prefácio à primeira edição — reproduzido neste livro –, Oswaldo de Camargo assume aqui, como negro e como escritor, “uma posição de denúncia e, ao mesmo tempo, de reelaboração estética de um conflito social, político, cultural e étnico”.


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Jornalista com experiência em gestão, relações públicas e promoção da equidade de gênero e raça. Trabalhou na imprensa, governo, sociedade civil, iniciativa privada e organismos internacionais. Está a frente do canal "Negra Percepção" no YouTube e é autora do livro 'Negra percepção: sobre mim e nós na pandemia'.

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