Predominante entre negros e negras no Brasil, diabetes explode e especialistas afirmam: “estão saindo do controle”

Dados divulgados nesta semana mostram que houve um aumento de 16% nos casos da doença em adultos

Dados divulgados pelo Atlas Diabetes 2021 mostram que o número de casos da doença avançam de maneira rápida. Só em 2021, a diabetes foi responsável por 6,7 milhões de mortes no mundo, o que significa 1 morte a cada 5 segundos. A Federação Internacional de Diabetes, responsável pela divulgação do documento, também apontou que houve um aumento de quase 16% nos casos da doença adultos de 20 a 79 anos.

Na comparação com os dados de 2019, o mundo tinha 463 milhões de pessoas vivendo com a doença, número que saltou para 573 milhões em 2021. Especialistas afirmam que os dados indicam que os casos estão “saindo de controle”. Em reportagem publicada pelo jornal O Globo, a endocrinologista Rosane Kupfer “explica que a constatação se dá pelo fato de o número de diabéticos ter crescimento muito acima das projeções feitas pela instituição. No relatório de 2019, a federação havia projetado que em 2030 o número de diabéticos chegaria a 578,4 milhões, ou seja, um crescimento de 115,4 milhões de pessoas com diabetes em 11 anos. No entanto, em apenas dois anos, já são 74 milhões de novos casos da doença (64% do aumento projetado até 2030)”.

Com o avanço rápido da doença, agora as projeções apontam que 643 milhões de adultos terão diabetes em 2030 e em 2045, serão 784 milhões. Segundo informações da Federação, quase metade dos diabéticos não sabem que possuem a doença, o que preocupa, já que a falta de controle pode gerar complicações ainda mais graves para o corpo.

O órgão internacional também chama a atenção para a incidência de casos nos países de baixa e média renda, em que 4 a cada 5 adultos vivem com diabetes.

Para nos, população negra, esse é um alerta ainda maior. Considerando que a população negra corre um risco muito maior de desenvolvimento da doença. A diabetes atinge homens negros com mais frequência com relação aos brancos, uma diferença de 9%. Já as mulheres negras são 50% mais atingidas pelo diabetes do que as brancas.

Fatores sociais, de dificuldades de acesso a cuidados de saúde e alimentação também podem comprometer a população negra nos cuidados de tratamento e prevenção do diabetes. “São vários os fatores que explicam esse dado. Primeiro, que nos países de baixa e média renda falta acesso à informação, ao diagnóstico e ao tratamento. Além disso, a má alimentação, rica em carboidratos e gorduras, é um grande fator de risco para o diabetes. Nem sempre a população desses países tem acesso a uma dieta balanceada, afirma Kupfer.

Os dados atualizados sobre a diabetes no Brasil ainda não foram sido divulgados, mas o IDF de 2019 já mostrava que o país estava em quinto no ranking mundial, com 16,8 milhões de diabéticos.

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