Procon-SP notifica LinkedIn por retirar vaga para pessoas negras e indígenas

A rede social destinada para o trabalho tem até hoje (24) para responder questionamentos enviados pelo órgão depois de ter derrubado um anúncio de vaga de diversidade

O Procon-Sp notificou o LinkedIn depois que a rede social destinada a trabalhadores removeu um anúncio de vaga destinado a profissionais negros e indígenas alegando que o conteúdo era ‘discriminatório’.

O órgão enviou alguns questionamentos para entender quais políticas pautam as decisões do LinkedIn e como elas são transmitidas aos anunciantes.

Entre as dúvidas enviadas pelo Procon-Sp, estão:
Como se dá a publicação de vagas na plataforma;
Se há aplicação de políticas específicas que norteiam as publicações e como os anunciantes são informados das mesmas;
Se qualquer tipo de vaga e publicação pode ser anunciada e, em caso negativo, quais critérios são necessários para seu aceite;
Como a informação é passada ao anunciante no caso de recusa da publicação;
Em que condições e situações ocorre eventual exclusão de anúncio já publicado e, em caso positivo, como o anunciante é informado;
Se nos casos de exclusão da publicação existe algum aviso àqueles que efetuam acesso posterior;
Se os anunciantes recebem algum suporte para elaboração das publicações.

Relembre o caso:

No último sábado (19), a Folha de S. Paulo divulgou a notícia de que uma vaga voltada para candidatos negros e indígenas havia sido removida pelo LinkedIn, rede social voltada para o trabalho. A vaga era para ocupar uma função na coordenação administrativo-financeiro do Laut (Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo).

O objetivo da vaga era ‘valorizar a pluralidade da equipe” e dizia que “esse processo dá preferência a pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas”. E trazia também os detalhes que costumam compor um anúncio de vaga de emprego, como as atribuições da função e a carga horária.

O anúncio foi retirado do ar alguns dias depois de publicado e, de acordo com a Folha, o suporte do LinkedIn informou que retirou a postagem porque ela foi considerada discriminatória, mas não apontou o que exatamente considerou discriminatório. O Laut acredita que não existem dúvidas que o alvo era o fato de ser uma oferta de emprego voltada para pessoas negras e indígenas.

O LinkedIn também afirmou que as políticas de publicação das oportunidades de emprego não permitem exclusão ou que sejam dadas preferências por profissionais. A empresa afirma que a restrição vale para qualquer tipo de características, seja raça, gênero, etnia, religião ou orientação sexual.

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