Raça Indica

Pantera negra: vingadores do novo mundo

Disponível também em português, o quadrinho escrito por Tá-Nehsi Coates revela uma interessante história de buscas, dúvidas e encontros. As ilustrações de Chris Sprouse, Wilfredo Torres e Laura Martin são um marco, também.

O herói, Pantera Negra, se depara com seus conflitos internos, que se misturam com os problemas de Wakanda.

Além das batalhas, o herói se mostra, na verdade, como um articulador político, buscando consensos, conselhos com os mais velhos e com os ancestrais.

Ele precisa lutar contra os inimigos e contribuir para a reestruturação de Wakanda – que inclui o processo de escrita de uma nova Constituição e o decreto de um novo governo.

O destaque para os fãs da Marvel aparece logo nas primeiras páginas: a Tempestade, ou melhor, Ororo.  Ela segue com T’ Challa, o Pantera Negra, até o final da história. Ora como uma tormenta, ora como um respiro.

Conforme a página da Panini, editora do HQ em português, em “Vingadores do Novo Mundo”, “T´Challa pretende descobrir, e comungará com os espíritos dos Panteras anteriores em busca de compreensão”.

Saiba mais: https://loja.panini.com.br/panini/produto/Comics-Marvel-Pantera-Negra-Vingadores-do-novo-mundo-Livro-um-Capa-dura.aspx

“Entre o mundo e eu”, de Tá-Nehsi Coates

O mesmo autor do quadrinho “Pantera Negra: Vingadores do Novo Mundo” e outros livros, Tá-Nehsi Coates escreve uma carta sincera para seu filho no livro “Entre o mundo e eu”

Foi o primeiro livro que li em inglês do começo ao fim e de uma vez, sem pausas para outras leituras. Com dificuldade, mas muito interessada, vi Tá-Nehsi Coates de uma maneira que não imaginava (já que conhecia o trabalho dele apenas no HQ).

No livro, narrado em primeira pessoa, o autor faz uma profunda reflexão sobre o que significa ser um homem negro nos Estados Unidos. É, sem dúvida, um livro sobre masculinidades negras que me levou a perguntar o quanto dos desafios e descobertas que ele narra têm relação com qualquer homem negro na diáspora.

Logo no primeiro capítulo ele se questionada sobre o que significa viver em um corpo negro. Poucas páginas depois, dá um recado direto ao dizer que um menino negro deve ser responsável pelo seu corpo de uma forma particular e especial, na medida que esse corpo, como ele apresenta ao longo do livro, parece ter menos valor. Enquanto lia e me esforçava para compreender os longos parágrafos em inglês, me pegava pensando na  música “A Carne”, de Elza Soares. Se Tá-Nehsi Coates nunca ouviu, precisa fazer isso urgentemente.

Segundo a apresentação disponível na página Objetiva, selo responsável pela publicação do livro em português, “Coates escreveu uma carta ao filho adolescente e compartilha, por meio de uma série de experiências reveladoras, seu despertar para a verdade em relação a seu lugar no mundo e uma série de questionamentos sobre o que é ser negro na América”. E acrescenta ‘Entre o mundo e eu’ apresenta uma nova e poderosa forma de compreender o racismo. Um livro universal sobre como a mácula da escravidão ainda está presente”.

Título original: Between the world and me
Tradução para o português de Paulo Geiger
Saiba mais: https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=28000267

 

Roda virtual de Jongo: o passado no presente e on-line

A janela para o mundo pode ter oito polegadas, ser uma tela de celular, tablet, computador ou mesmo aparelhos de televisão smart. Novas formas de “contato” estão sendo construídas e nos resta adaptação.

Se você me perguntasse há alguns anos se eu teria interesse em assistir a uma peça de teatro ou a uma roda de samba on-line, certamente diria que não. Contudo, neste novo contexto que vivemos devido à pandemia da Covid-19, muitas manifestações culturais migraram para a internet. Esse novo formato parece que veio para ficar e a periferia tem se apropriado dessa nova linguagem.

As propostas parecem cada vez mais ousadas ao ponto de colocar o passado no presente e on-line. Prova é a roda virtual de Jongo que o pessoal do Afrolaje está organizando para o dia 31 de janeiro.

Conforme ensina Nei Lopes na Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana – livro que não canso de consultar -, o Jongo “é uma dança afrobrasileira de motivação religiosa e caráter iniciativo”. O intelectual ainda acrescenta que possivelmente o Jongo teve origem em Benguela, onde hoje é Angola e que o nome possivelmente tem origem em uma dança dos Ovimbundos chamada “Onjongo”.

Os instrumentos, os movimentos e as letras das músicas são, sem dúvida, algo que coloca o passado no presente e on-line.
Onde: Facebook: www.facebook.com/afrolaje
Quando: 31/01 às 18h30

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Jornalista com experiência em gestão, relações públicas e promoção da equidade de gênero e raça. Trabalhou na imprensa, governo, sociedade civil, iniciativa privada e organismos internacionais. Está a frente do canal "Negra Percepção" no YouTube e é autora do livro 'Negra percepção: sobre mim e nós na pandemia'.

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