“Racismo não é brincadeira, é crime”, diz antropóloga sobre caso da Unisc
Os recentes casos de racismo cometidos em um banheiro da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) reacenderam a discussão sobre o preconceito. No último sábado, 7, o estudante Jonatan Pacheco, de 21 anos, denunciou frases racistas escritas em portas do banheiro masculino do bloco 13 da instituição.
Depois de a Unisc pintar as portas do sanitário, apagando as declarações, a mensagem discriminatória foi novamente escrita no local. Conforme a antropóloga Josiane Abrunhosa Ulrich, esses casos não podem ser debatidos como simples piadas. “Racismo não é brincadeira, é crime”, afirmou em entrevista à Rádio Gazeta nesta quarta-feira, 11.
Ela comenta, ainda, que neste caso o ato foi covarde. “Foi feito num banheiro, onde não tem câmeras, um espaço covarde, às escondidas. A ideia é ofender, discriminar, provocar, e isso tem que ser coibido.” Essa coibição, segundo ela, precisa ser feita através do diálogo e, é claro, da denúncia.
“Todo ato racista tem que ser repudiado, trazido a público, para que casos como esse não se repitam”, ressaltou. A antropóloga pontuou, durante a entrevista, que o racismo precisa ser enfrentado com debates, desconstrução de ideias e “uma política contínua de conscientização da população.”
As redes sociais, nessas situações, podem atuar de duas formas, de acordo com Josiane. O discurso de ódio, negativamente, e o espaço de conversa, positivamente. Nesse sentido, é importante que sejam criadas possibilidades de diálogo para que o tema seja debatido e enfrentado.