Rodas de samba

por FLAVIA CIRINO

Perpetuando, renovando e reinventando. Desde que o samba é samba, é assim. A RAÇA destacou algumas das mais disputadas rodas de samba em diferentes regiões.

RIO DE JANEIRO

PROJETO CRIOLICE

Movimento cultural oriundo da Zona Oeste e iniciado numa localidade conhecida como Ponto Chic no bairro de Padre Miguel em fevereiro de 2010, o Projeto Criolice reúne mais de 2.000 pessoas todas as semanas, firmando-se como a manifestação cultural e popular de maior expressão na região.

Aclamado como um dos mais conceituados projetos de preservação da Cultura Negra, o Projeto Criolice é itinerante, e tem o bairro de Madureira como morada, reduto de resistência negra, no Viaduto Negrão de Lima, reunindo semanalmente um grande público amante da cultura e do samba. O projeto Criolice inclui debates, oficinas, palestras, exibição de documentários, além da FEIRA CULTURAL, que reúne num lugar só música de qualidade, exposição de objetos de arte, roupas, acessórios, culinária e outros elementos da cultura negra, além da divulgação de artistas locais, roda de jongo, capoeira, afoxé, maculelê e samba de roda.

PORTO ALEGRE

BOTEKO DO CANINHA

Sambista que vai a Porto Alegre tem que passar pelo Boteko do Caninha, um dos mais tradicionais da Cidade Baixa, na esquina da Múcio Teixeira com a Barão do Gravataí. Ali se faz a resistência no antigo Areal da Baronesa. Reduto de sambistas como Lupicínio Rodrigues, o local recebe visitantes de outros bairros e da Região Metropolitana.

Evandro Caninha e Chris recebem os clientes com um sorriso. Na entrada, simbolismos da cultura negra revelam a essência do lugar. Um quadro de Nelson Mandela, citações sobre a libertação de escravos da região, uma espécie de congá com destaque para as imagens de Oxum e Zé Pilintra. No Caninha, a cerveja é sempre muito gelada e o samba é pra gente grande. Se houver briga, fim do batuque. O público é majoritariamente negro. Mulheres e homens de todas as idades e classes sociais se encontram semanalmente lá, dançando e cantando com entusiasmo.


FORTALEZA

BAR TERESA & JORGE

Para aqueles que não dispensam um bom samba, o bar Teresa & Jorge abre as portas de quinta a domingo para uma programação fixa do estilo musical. O espaço recebe, semanalmente, os grupos Quarteto 4&20, Samba Cearense e Capital do Samba. Lá é ponto tradicional dos boêmios que curtem bastante o estilo musical. Às quintas e às sextas, a partir das 21 horas, e nos fins de semana, às 16 horas, o bar é animado por apresentações ao vivo de grupos de samba como Capital do Samba e Marina Cavalcante e Banda. Todo domingo é servida feijoada com arroz, farofa, torresmo, couve e laranja. Nos outros dias, um dos petiscos mais pedidos é o caldinho de feijão com ovo de codorna, torresmo e cheiro-verde. Para beber, há cervejas variadas.

BELÉM

SAMBA DA RAINHA

“Samba da Rainha”, roda comandada pela jornalista e produtora Lourdinha Bezerra, ocupa os domingos na casa de samba Fundo de Quintal, no bairro da Pedreira. Lourdinha já vinha experimentando realizar suas próprias rodas de samba desde o ano passado, o público cresceu e ela resolveu levar a programação para um espaço maior, com convidados especiais além de outros sambistas que sempre vão onde há um bom samba de raiz. Madrinha de vários sambistas e intérpretes, como Marisa Black e Nega Rô, Lourdinha é referência no samba paraense.

MARANHÃO

SAMBA NA FONTE

Com objetivo de preservar o patrimônio histórico, arquitetônico e polo turístico da Fonte do Ribeirão, no Centro Histórico de São Luís, nasceu em 2001 o “Samba na Fonte”, transformando a precária realidade em que se encontrava a Fonte do Ribeirão através de ações culturais que resgatam a musicalidade do samba maranhense e a história de seus principais sambistas. Através de encontros semanais, o Samba na Fonte reúne artistas de todos os lugares, com o intuito de gerar e propagar ações culturais, todas as quintas-feiras, na Fonte do Ribeirão. Além de fortalecer a identidade, a historicidade, o sentimento de pertencimento, o orgulho, aproximação e expressão de afetividades entre a diversidade das populações ludovicenses, a música funciona como importante atrativo turístico. Os músicos participam do projeto voluntariamente, o que ganham é recolhido durante a passagem de chapéu, para o público que está no espaço.

SÃO PAULO

SAMBA DA VELA

Com 13 de anos de existência, o Samba da Vela é um dos sambas mais tradicionais da capital. Nascido no Bar Ziriguidum, na Rua Antônio Bento, em Santo Amaro, o evento acontece religiosamente toda segunda-feira, a partir das 20h30. O samba começa ao acender da vela. A música acaba quando a chama chega ao fim, por volta das 23h30. Os sambas, todos inéditos, são compostos especialmente para os sempre concorridos eventos.

PRAÇA DO SAMBA

Praça do Samba acontece todo último domingo do mês na Praça Aprendiz das Letras, na Vila Madalena. O evento – completamente gratuito – existe desde 2007 e é organizado pelo projeto Kolombo Diá Piratininga. A proposta da Praça do Samba é resgatar clássicos paulistas do gênero e valorizar as raízes do samba de São Paulo, que nasceu nas cidades do interior.

SAMBA DO BULE

O Samba do Bule é outro ponto de encontro de amantes do gênero na capital paulista. A festa rola há mais de cinco anos sempre na última sexta-feira do mês, na Rua Nilton Prado, no Bom Retiro. A ideia é homenagear grandes e saudosos compositores a cada edição. Além de relembrar canções, o Samba do Bule também traz fotos e informações sobre a vida e obra dos homenageados da noite. Cada um contribui com quanto pode assim que entra, colocando o dinheiro dentro de um bule, daí o nome da festa.

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