Sasha Johnson, ativista do Black Lives Matter é baleada na cabeça em Londres

A ativista britânica do movimento Black Lives Matter (Vidas negras importam), Sasha Johnson, foi baleada com um tiro na cabeça, no domingo (23/05). O partido político dela, Taking the Initiative (Tomando a iniciativa), diz que Sasha foi alvo de numerosas ameaças de morte, a ativista teve papel de liderança nos protestos antirracismo do ano passado e está internada em estado crítico.

As circunstâncias do crime ainda estão sendo investigadas, a polícia afirma que, até o momento, não há indícios de que a ativista tenha sido um alvo proposital dos disparos. O partido, por sua vez, declarou que Johnson já recebeu “numerosas ameaças de morte” relacionadas à sua luta antirracista. Ela é “uma voz forte e poderosa para o nosso povo e nossa comunidade”, afirmou o Taking the Initiative.

A Polícia Metropolitana de Londres contou que atendeu a um chamado com relatos de tiros na área de Peckham, no sul da capital britânica, pouco antes das 3h da manhã de domingo. Os disparos aconteceram perto de uma casa onde ocorria uma festa.

O comunicado da polícia afirma que uma mulher de 27 anos, não identificada, está em estado crítico em um hospital após ter sido baleada. O texto diz que “não há nada que sugira que foi um ataque direcionado ou que a mulher havia recebido quaisquer ameaças credíveis contra ela antes do incidente”.

Os investigadores do caso apelaram para que testemunhas do crime se pronunciem. Até o momento, nenhuma ordem de prisão foi emitida. Uma amiga de Johnson, Imarn Ayton, disse que também não crê que a ativista tenha sido um alvo proposital. “Até onde sabemos, ela estava em uma festa”, disse ela à emissora britânica BBC.

“Havia uma gangue rival que pode ter ouvido falar de alguém naquela festa com quem eles não se sentiam à vontade ou confiavam, e por isso eles recorreram a passar de carro e atirar no jardim, e um desses tiros obviamente atingiu Sasha Johnson”, continuou a amiga. “Mas não acredito que ela era a vítima pretendida.”

Protestos antirracismo

Assim como vários outros países, o Reino Unido viveu uma onda de manifestações antirracismo após a morte do afro-americano George Floyd, que completa um ano hoje, terça-feira (25).

Floyd, asfixiado enquanto era imobilizado por um policial em uma rua de Mineápolis, nos Estados Unidos, em 25 de maio de 2020, se tornou um símbolo da luta antirracista após décadas de excessos cometidos pela polícia contra os negros.

No Reino Unido, grandes multidões participaram dos protestos do movimento Black Lives Matter em várias cidades do país, exortando o governo e as instituições a encararem o legado do Império Britânico e os grandes lucros do país com o comércio de escravos.

Mãe de dois filhos, Sasha Johnson discursou em várias dessas manifestações no ano passado e é uma das líderes do recém-fundado partido político Taking the Initiative, comandado por negros. O Black Lives Matter no Reino Unido anunciou que faria uma vigília em homenagem a ela nesta segunda-feira do lado de fora do Hospital King’s College, em Londres.

ek (AP, Reuters, Efe, DPA, ots)

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