Sérgio Camargo é exonerado da Fundação dos Palmares e deve concorrer à deputado

A exoneração de Sérgio Carmargo foi publicado nesta quinta-feira, 31, no Diário Oficial da União (DOU). O ato foi assinado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Ainda não se sabe quem será o substituto. 

A gestão de Camargo começou no fim de 2019 e foi marcada por polêmicas, principalmente relacionadas à questão racial. A última delas ocorreu após a morte do congolês Moïse Kabagambe, assassinado no  Rio de Janeiro. Camargo disse à época que tratava-se de “um vagabundo morto por outros vagabundos”. A declaração causou revolta em diversos setores da sociedade, do próprio governo ao Judiciário. 

À frente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo adotou medidas polêmicas. Ele propôs a mudança do logotipo da  autarquia, alegando na época que fazia referência ao candomblé. Durante sua gestão, praticamente zerou o processo de reconhecimento de territórios quilombolas, uma atribuição da autarquia.

Jornalista,  ele se apresenta como negro de direita e apoiador incondicional de Bolsonaro. “Negros honrados apoiam Bolsonaro”, afirma.

Em 3 de dezembro de 2020, sob a orientação dele, a fundação retirou homenagens a 27 personalidades, entre elas Elza Soares, Martinho da Vila, Milton Nascimento e Gilberto Gil, as escritoras Conceição Evaristo e Sueli Carneiro, o atleta Joaquim Carvalho Cruz e a ambientalista Marina Silva. 

Ele adotou posições polêmicas no perfil das redes sociais. Um dos episódios foi afirmar que uma academia foi “racista contra pessoas brancas”. O posicionamento de Camargo foi contra uma campanha da academia realizada no mês da consciência negra. Também usou a rede para atacar a jornalista Maju Coutinho, dizendo que ela era uma “preta de coleira”. Diante da polêmica, ele apagou a publicação.

Camargo também foi indiciado pelo Ministério Público do Trabalho por ser acusado de praticar assédio moral contra os funcionários da Fundação de Palmares.  

Exonerações

Outros integrantes do governo Bolsonaro deixaram o cargo, entre eles o secretário da Cultura, Mário Frias. 

Outros nove ministros deixaram os cargos para se candidatar.  A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves e a ministra da Agricultura Tereza Cristina devem concorrer ao Senado.

Devem concorrer ao governo, o ministro de Infraestrutura Tarcísio de Freitas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que quem deseja se candidatar nas próximas eleições devem deixar os cargos até 2 de abril.

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