Série mostra importância da representatividade negra para o desenvolvimento infantil

“Primeiros Anos”, nova série do Canal Futura, conta histórias de diferentes infâncias, pautadas em diversidade e vivências distintas da maternidade e paternidade

Mathias é um menino de nove anos que, apesar da pouca idade, já sabe da importância da representatividade negra no combate ao racismo. Quando tinha apenas dois anos, sua mãe, Jaciana, recebeu um bilhete da escola pedindo que ele cortasse o cabelo para evitar a propagação de piolhos. A mãe de Mathias explicou que só cortaria o cabelo de seu filho se as outras crianças fizessem o mesmo.

Na semana da Consciência Negra, a série “Primeiros Anos” estreia no Canal Futura para abordar temas como representatividade, parentalidade positiva, desafios e preconceitos enfrentados por crianças com deficiência, negras, indígenas e LGBTQIA+, entre outros, na primeira infância.

É dentro desse contexto que entra a história do menino Mathias. O episódio de estreia, “Era uma vez um mundo”, vai ao ar nesta terça (16), e conta como a construção de sua identidade vem das relações saudáveis com sua família e está ligada à sua cor de pele e à representatividade que isso tem em sua formação.

É se entendendo como pessoa e se vendo representado em bonecos de pano que o pequeno aprende a não tolerar o racismo. “A gente só quer se enxergar em outros lugares. O Mathias teve essa oportunidade e isso fez com que questões como o cabelo afro, que já foi um problema para mim, nunca fosse uma questão para ele. Eu, quando era criança, ficava triste quando passava por essa situação. Meu filho já tem a consciência de que o problema não está nele”, conta Jaciana durante o primeiro capítulo da série.

Impactos do racismo na primeira infância

Estudo recente lançado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) mostra que o racismo tem impactos diretos no desenvolvimento infantil. O documento ” Racismo, Educação Infantil e Desenvolvimento na Primeira Infância ” explica que relações saudáveis podem contribuir positivamente para a aprendizagem, enquanto experiências negativas, como o racismo, são prejudiciais para o desenvolvimento infantil.

“Quando a criança passa por uma situação racista, ela pode construir um sentimento de desvalorização, de rejeição da própria imagem, de inibição e dificuldade de confiar em si mesma. Isso afeta, inclusive, no seu processo de socialização”, reforça Lucimar Dias, coordenadora da publicação.

A série “Primeiros Anos”

Produzida por jovens realizadores egressos da oficina Geração Futura Juventudes – projeto que ajuda jovens universitários a se conectarem com o universo do audiovisual e colocar em prática os aprendizados a partir do incentivo de novas produções -, “Primeiros Anos” é uma parceria entre a Fundação Roberto Marinho e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

A série é composta por 20 episódios e faz parte de um conjunto de programações com o intuito de fortalecer a rede de atuação do Futura dedicada à Educação Básica, a fim de ampliar a representatividade das diferentes infâncias e adolescências nas telas e o alcance de atuação nos territórios brasileiros.

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