Tema da redação do vestibular da UEM questiona o racismo estrutural
Vestibular da Universidade Estadual do Paraná questiona o tratamento a traficantes negros e “privilégio branco”.
Aplicada no último domingo (23), a prova de redação do vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM), do Paraná, trouxe uma questão sobre racismo no Brasil. Entre outros pontos, o enunciado da questão perguntou se o “privilégio branco” impediria o combate ao racismo no Brasil.
Um dos textos de apoio foi uma charge questionando o tratamento dado a pessoas flagradas com drogas. Segundo a charge, um homem negro detido por portar dez trouxas de maconha é chamado de traficante. Já outro, por ser branco, mesmo flagrado com grande quantidade de cocaína e armas, o tratamento e nomenclaturas utilizadas são distintas.
O segundo texto de apoio foi uma entrevista da filósofa e ativista Djamila Ribeiro sobre racismo no Brasil. No trecho destacado na prova, a autora explica porque, na visão dela, é impossível não ser racista na sociedade brasileira.
Após a análise dos dois textos, os candidatos tiveram de produzir uma redação argumentativa em que deveriam discutir se “o lugar de privilégio do branco favorece ou não o combate ao racismo no Brasil”.
Questionada sobre a questão, a UEM informou que o candidato poderia expor seu posicionamento sobre a questão, seja ele qual for, e também trazer outras informações sobre o tema, além das que foram apresentadas nos textos de apoio. Confira a nota da universidade na íntegra:
“Tecnicamente, a prova de redação do Vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) traz um ou mais textos de apoio, seguido(s) de um enunciado (contexto e comando de produção). De acordo com a Comissão Central do Vestibular Unificado (CVU), o gênero solicitado, qualquer que seja o tema, sempre coloca o candidato em condições de expor seu entendimento, seja ele qual for, inclusive ultrapassando as informações desses textos de apoio”.